ter. dez 23rd, 2025

Natal em movimento: seis milhões de italianos viajam, mas sem ir muito longe

PorLuiz Antônio Cafiero

23 de dezembro de 2025

Mesmo com um cenário econômico ainda cauteloso, o Natal na Itália continua sendo sinônimo de malas prontas, estradas cheias e encontros esperados o ano inteiro. Mais de seis milhões de italianos devem viajar durante as festas, confirmando que o desejo de sair de casa, mudar de paisagem e celebrar longe da rotina fala mais alto do que as incertezas.

A grande maioria, cerca de 83%, escolheu ficar dentro do próprio país. É um Natal que se move, mas sem exageros: um quarto dos viajantes optou por destinos próximos da região onde vive, privilegiando trajetos curtos, viagens de carro e a sensação reconfortante de não estar muito longe de casa. Ainda assim, há quem aproveite a ocasião para atravessar fronteiras: cerca de um milhão de pessoas vai passar as festas em capitais europeias ou até fora do continente.

O retrato que emerge é o de um turismo mais contido e afetivo. Em seis de cada dez casos, a viagem será curta, com apenas uma ou duas noites fora. Mais do que longas férias, o que conta é a pausa, o respiro, o jantar especial em outro cenário. Quase 40% dos italianos vão se hospedar na casa de amigos, parentes ou em segundas residências, enquanto 29% escolheram hotéis, mantendo viva a tradição da hospitalidade natalina.

Quando se fala em destinos, a montanha lidera o imaginário coletivo, com 20% das preferências. Neve, lareira e silêncio seguem sendo um clássico das festas. Logo atrás vêm o mar, escolhido por quem busca climas mais amenos, e as cidades de arte, que no Natal ganham luzes, presépios e uma atmosfera ainda mais íntima.

As viagens também refletem diferentes formas de viver o Natal. A maioria parte em casal, outros seguem com os filhos, transformando a viagem em um ritual familiar. Há ainda quem viaje sozinho, em busca de introspecção ou simplesmente de um Natal diferente. O gasto médio previsto gira em torno de 390 euros por pessoa, sinal de atenção aos custos, mas sem abrir mão da experiência.

Mais do que números, esse movimento conta uma história: a de um país que continua a viajar, adaptando-se. Menos excessos, mais proximidade, mais significado. Um Natal feito de pequenas distâncias, encontros esperados e da vontade, sempre presente, de celebrar juntos.

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