Da Itália ao Brasil, passando por quatro continentes: nove países reinterpretam o símbolo da confeitaria italiana, unindo inovação, arte e tradição. A grande final será em Milão, no dia 18 de outubro.
Manteiga, baunilha e fermento natural: esse é o aroma que, de Verona, se espalha pelo mundo. Começou o Panettone World Championship 2025, o mais prestigiado campeonato internacional dedicado ao grande fermentado italiano, organizado pela Accademia dei Maestri del Lievito Madre e del Panettone Italiano.
Durante quatro dias, até 17 de outubro, os laboratórios do Grupo Polin, tradicional empresa veronesa de fornos e máquinas de confeitaria, transformam-se no coração pulsante da competição. Nove países de quatro continentes – Argentina, Austrália, Brasil, China, Alemanha, Japão, Peru, Espanha e Taiwan – se enfrentam, unidos por uma única paixão: contar, por meio do panetone, a própria identidade, história e cultura gastronômica.
Itália e Brasil: duas escolas, uma única paixão
Entre os protagonistas mais esperados estão Itália e Brasil, duas nações ligadas por um fio de criatividade, talento e amor pelo artesanal.
A Itália, pátria incontestável do panetone, leva à disputa sua tradição secular, feita de gestos precisos e saberes transmitidos de geração em geração. Sob a liderança de Claudio Gatti, presidente da Academia e capitão da equipe campeã atual, o time italiano defende o título com a força da tradição e o orgulho do “made in Italy”.
O Brasil, por sua vez, representa a evolução contemporânea dessa doce arte. No país sul-americano, o panetone se tornou parte essencial das festas de fim de ano e hoje ganha novas formas com ingredientes tropicais e técnicas inovadoras. Frutas como manga, maracujá e castanha-do-pará se misturam à receita clássica, criando uma perfeita fusão entre cultura italiana e alma brasileira.
Uma disputa em tempo real: nada é preparado antes
O que torna esse campeonato único é sua autenticidade: todas as etapas acontecem ao vivo, sem massas preparadas antecipadamente ou atalhos. Os confeiteiros amassam, moldam e assam sob os olhos atentos dos jurados e das câmeras, em uma verdadeira maratona de precisão e criatividade. “A confeitaria – lembrou Francesco Cento, diretor comercial da Polin – não permite improviso: é conhecimento, método e respeito pela tradição.”
As equipes se enfrentam em três provas principais: o Panettone Clássico Italiano, o Panettone de Chocolate e o inovador Panettone com Sorvete, que celebra a fusão entre culturas e ingredientes locais. Além disso, devem apresentar uma miniporção “circular”, feita com massa de panetone segundo os princípios da sustentabilidade, uma “flor de fermento natural” e um panetone decorado com o tema “O panetone celebra Milão”.
Jurados estrelados e final em Milão
Seis júris irão avaliar as criações: do técnico ao de comissários, passando pelas estrelas da gastronomia internacional. Entre os nomes de destaque estão Enrico Derflingher, Aurora Mazzucchelli, Davide Malizia, Fabrizio Galla e Luca Marchini.
A grande final acontecerá no sábado, 18 de outubro, em HostMilano, onde serão proclamados os vencedores diante de um público de prestígio. O convidado de honra será o lendário Iginio Massari, símbolo máximo da excelência italiana na confeitaria, que receberá um prêmio de Angela Frenda, diretora da Cook, revista do Corriere della Sera dedicada à cultura gastronômica e ao lifestyle.
Fermento, cultura e identidade
Mais do que uma competição, a edição 2025 do Panettone World Championship confirma-se como um encontro de culturas: o fermento natural torna-se uma linguagem universal, e o panetone, de doce natalino, transforma-se em uma ponte entre povos e continentes.
Entre inovação e memória, entre o rigor italiano e a criatividade brasileira, Verona se transforma, por uma semana, na capital mundial do panetone. E, como disse Claudio Gatti na abertura do evento, “o importante não é apenas vencer, mas fazer vencer o amor pelo panetone”.