qui. out 30th, 2025

Torino celebra a candidatura da culinária italiana ao título da Unesco e lança uma campanha

A Itália está prestes a descobrir se sua culinária será reconhecida como Patrimônio Imaterial da Humanidade pela Unesco: um selo que vai muito além do prato. A decisão será anunciada em 10 de dezembro, durante a reunião do Comitê Intergovernamental da Unesco em Nova Délhi, na Índia, e já mobiliza cozinheiros, estudantes e consumidores em todo o país.

Em Turim e no Piemonte, uma das regiões que mais simbolizam a tradição gastronômica italiana, a Epat Ascom Confcommercio lançou a campanha “Io amo la cucina italiana” (“Eu amo a culinária italiana”). Mais de 1.500 restaurantes participam da iniciativa, distribuindo materiais informativos e envolvendo chefs e clientes em um movimento de apoio coletivo à candidatura. O objetivo é reforçar o valor cultural, social e identitário da cozinha italiana, destacando suas raízes regionais, a criatividade e o vínculo com o território.

A iniciativa se da a partir da ideia que os chefs são grandes embaixadores da Itália: levam ao mundo não só os sabores, mas também as histórias dos lugares e das pessoas que os criam”. A campanha presta ainda um tributo simbólico a Carlo Petrini, fundador do movimento Slow Food e um dos principais defensores da gastronomia como expressão de território e sustentabilidade.

Hoje, só na província de Turim existem 5.168 empresas de restauração, e mais de 9.800 em todo o Piemonte, gerando um valor turístico estimado em quase 137 milhões de euros. Para os organizadores, essa rede de cozinhas, trattorias e osterias representa a espinha dorsal de uma cultura alimentar que une gerações e regiões, do norte alpino à Sicília.

A candidatura italiana – apresentada oficialmente em março de 2023 pelo Ministério da Cultura e pelo Ministério da Agricultura – busca proteger a culinária italiana entre sustentabilidade e biodiversidade, destacando práticas compartilhadas, o respeito aos produtos locais e o ato de cozinhar como um gesto de comunidade. A proposta foi elaborada com o apoio de universidades, associações gastronômicas e comunidades regionais, e contou com mais de 200 dossiês locais para mostrar a diversidade das tradições.

Se aprovada, a Itália se juntará a países como França, México, Japão e Coreia do Sul, que já têm suas cozinhas reconhecidas como patrimônios imateriais. Mas, segundo os promotores da campanha, mais importante que o título é o reconhecimento do valor cultural da mesa italiana: um espaço de convivência, criatividade e identidade que continua vivo em cada casa, trattoria e ristorante.
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