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Os custos para manter uma casa na Cidade Eterna

ByGIanna Sordili

4 de junho de 2025 , ,

Viver no coração da história e da cultura, como em Roma, vem com um preço considerável. A capital italiana se consolida como a segunda cidade mais cara do país para manter uma residência, ficando atrás apenas de Milão. Um estudo aprofundado, realizado em parceria por duas das mais importantes plataformas de comparação de custos na Itália, Facile.it e Mutui.it, revela os pormenores que elevam o custo de vida para os moradores da Cidade Eterna. A pesquisa desenha um panorama claro: o pagamento da hipoteca é o principal vilão, consumindo a maior parte do orçamento familiar, seguido de perto pelos serviços públicos e pela taxa municipal de lixo (Ta.Ri.).

A metodologia do estudo: Desvendando os números

Para chegar a essas conclusões, o estudo adotou uma metodologia consistente, analisando o custo de manutenção de um apartamento de 100 metros quadrados situado em uma área semicentral nas principais metrópoles italianas, do norte ao sul. Essa abordagem permite uma comparação justa e representativa da realidade habitacional. Os parâmetros de despesa considerados foram:

  1. Pagamento da Hipoteca: A parcela mensal do financiamento imobiliário.
  2. Serviços Públicos: Incluindo gastos essenciais com gás, água e eletricidade.
  3. Tarifa Municipal (Ta.Ri.): A taxa cobrada pelos municípios para a coleta e descarte de resíduos urbanos.

O custo mensal e anual detalhado para uma família romana

Tomando como exemplo um cenário típico – uma família de três pessoas residindo em um apartamento de 100 m² em uma área semicentral de Roma – o estudo desagrega os custos de forma a evidenciar o peso de cada componente:

  • Parcela Mensal da Hipoteca: Disparado o maior encargo, com uma média de 1.507 euros por mês. Esse valor reflete o alto preço dos imóveis na capital.
  • Serviços Públicos (Gás, Água, Eletricidade): As contas de consumo somam, em média, 212 euros mensais.
  • Tarifa Municipal (Ta.Ri.): A taxa de lixo contribui com 33 euros por mês.

Ao somar todas essas despesas, chega-se a um total de 1.752 euros por mês. Em uma projeção anual, manter uma casa em Roma custa, em média, 21.022 euros. É um valor que exige um planejamento financeiro rigoroso e representa um desafio significativo para o orçamento de muitas famílias.

Roma no ranking nacional: Comparativos de custos

A análise não se limita a Roma, mas a posiciona no contexto nacional, revelando a hierarquia dos custos de moradia na Itália:

  1. Milão: Mantém o posto de cidade mais cara, com um custo anual médio de 24.436 euros. A diferença para Roma, embora notável, é de 3.414 euros por ano, o que ainda mantém as duas cidades em um patamar de custo de vida similarmente elevado.
  2. Roma: Com os já mencionados 21.022 euros por ano.
  3. Bolonha: Distancia-se consideravelmente, ocupando a terceira posição com 16.465 euros anuais, evidenciando uma queda substancial nos custos fora das duas maiores metrópoles.

As cidades mais acessíveis para morar, segundo o estudo, concentram-se no sul do país:

  • Cagliari: 13.610 euros por ano.
  • Bari: 10.196 euros por ano.
  • Palermo: A cidade com o menor custo de manutenção residencial, apresentando um valor anual de 8.488 euros. A disparidade entre Palermo e Milão é gritante, com Milão custando quase três vezes mais.

O impacto avassalador da hipoteca

A hipoteca é o principal motor dos altos custos de moradia em Roma e, de fato, em toda a Itália. O estudo detalha que para adquirir um imóvel de 100 m² em uma área não periférica e em bom estado de conservação na capital, o investimento médio necessário é de 410.000 euros. Traduzindo isso para um financiamento imobiliário, um empréstimo de 25 anos com uma taxa de juros de 3,3% resulta em uma prestação mensal de aproximadamente 1.500 euros.

Para Milão, a situação é ainda mais crítica. Embora a prestação mensal seja cerca de 200 euros mais cara que em Roma, o custo médio do imóvel para uma casa de 100 m² ultrapassa os 460.000 euros, o que reflete a pressão imobiliária na capital financeira da Itália.

O “ponto sensível”: A controversa taxa de lixo de Roma (Ta.Ri.)

Um aspecto particularmente sensível para os moradores de Roma é a Tarifa Municipal (Ta.Ri.). Essa taxa, que financia a coleta e o tratamento de resíduos, é amplamente criticada por ser considerada excessivamente alta na capital. O estudo da Facile.it e Mutui.it corrobora essa percepção, apontando que a Ta.Ri. em Roma custa 25% a mais do que em Milão, com um valor médio anual de 394 euros. Esse custo adicional, embora menor que o da hipoteca, representa um encargo fixo e relevante que pesa sobre o orçamento familiar, diferenciando Roma de outras grandes cidades italianas em termos de tributação municipal.

Em conclusão, a análise aprofundada dos custos de moradia em Roma sublinha a complexidade financeira de viver na capital italiana. Com a hipoteca como o maior fator de impacto e uma taxa de lixo consideravelmente elevada, os romanos enfrentam um desafio econômico significativo para manter seus lares, evidenciando a necessidade de um planejamento financeiro meticuloso para quem busca a vida na Eterna Cidade.

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