Entre luzes, mercados natalinos e cidades históricas cheias de vida, a Itália confirma que o inverno já não é mais sinônimo de baixa temporada. Para o período entre o Natal e o Ano-Novo, o turismo no país segue em ritmo de crescimento, impulsionado sobretudo pelos visitantes estrangeiros, cada vez mais atraídos pelo charme cultural e pela atmosfera única das festas italianas.
De acordo com estimativas do Centro Studi Turistici de Florença para a Assoturismo Confesercenti, o número total de presenças deve chegar a cerca de 17,6 milhões, um aumento de 1,3% em relação ao mesmo período do ano anterior.
O dado mais significativo vem do exterior: os turistas internacionais devem crescer 3,1%, somando 8,1 milhões de presenças e alcançando 46% do total. Os italianos seguem majoritários, com 9,5 milhões de presenças, mas em um quadro de estabilidade.
O mapa das preferências confirma uma Itália plural e diversa. As cidades de arte continuam sendo o grande motor do período, com crescimento estimado de 2,7%, favorecidas por um calendário intenso de exposições, concertos, eventos culturais e mercados de Natal. Roma, Florença, Veneza, Milão e Nápoles voltam a ser palcos centrais de um turismo que mistura patrimônio histórico, gastronomia e celebração.
Outro destaque é a montanha, que cresce 2,3%, impulsionada pela combinação entre esportes de inverno, paisagens alpinas e vilarejos decorados para as festas. Destinos tradicionais dos Alpes e dos Apeninos reforçam seu apelo tanto para famílias quanto para visitantes internacionais em busca de neve, tradição e experiências autênticas.
As demais tipologias seguem estáveis ou em leve alta: destinos de mar (+0,3%), áreas rurais e colinas (+0,7%), lagos (+0,6%) e turismo termal (+0,7%). No lado da oferta, o setor extraloteleiro — como casas de temporada e B&Bs — cresce mais rapidamente (+2,2%) do que a hotelaria tradicional (+1%), refletindo novas formas de viajar e se hospedar.
Regionalmente, o Centro da Itália lidera o crescimento (+2%), seguido pelo Noroeste (+1,8%) e pelo Nordeste (+1%). O Sul e as Ilhas avançam mais lentamente (+0,4%), ainda penalizados pelo custo elevado dos transportes internos, especialmente nas conexões Norte-Sul durante as festas.
Mesmo assim, o cenário é claro: o turismo italiano avança também no inverno, com uma presença estrangeira cada vez mais decisiva. Um sinal de que a tão falada desestacionalização (favorecer o turismo fora das épocas mais badaladas) começa a ganhar forma concreta. E de que a Itália, entre cultura, paisagem e tradição, segue sendo um destino irresistível também fora do verão.
Natal e Réveillon: estrangeiros impulsionam turismo de inverno na Itália

