qui. out 30th, 2025

Enquanto no Brasil rola o “projeto verão” a Itália entra no clima da neve e das férias de esqui (entre charme e lucros bilionários)

Enquanto no Brasil o assunto é sol, praia e natação em mar – junto com o preparo do corpo para o “projeto verão” – na Itália o clima é outro: começa a temporada de neve, férias nas montanhas e, para quem pode, o esqui. E não se trata apenas de esporte ou diversão: o esqui movimenta uma das economias turísticas mais sólidas do país.

As montanhas italianas, especialmente os Alpes, que formam uma imponente fronteira natural com a França, a Suíça e a Áustria, transformam-se em alguns dos destinos mais charmosos da Europa. Hotéis com vista para vales nevados, vilas históricas e uma atmosfera quase cinematográfica fazem do inverno italiano uma experiência única.

O esqui na Itália é economia, cultura e estilo de vida. As estações dos Alpes e dos Apeninos atraem turistas de todo o mundo, especialmente da Alemanha, Holanda e – cada vez mais – do Brasil. A experiência vai muito além das pistas: hotéis panorâmicos, chalés de madeira, spas aquecidos, culinária local e aquele “après-ski” com vinho quente e bebidas fortes ao pôr do sol.

O país ocupa hoje o 5º lugar no mundo em faturamento do setor do esqui, atrás apenas de Estados Unidos, Japão, França e Áustria. Segundo a Associazione Nazionale Esercenti Funiviari (Anef) o setor movimenta cerca de 1,3 bilhão de euros diretamente e 8 bilhões de euros em atividades ligadas ao turismo de montanha.

Mas o que antes dependia da natureza, agora depende da tecnologia. Nos últimos anos, a escassez de neve natural tornou-se o maior desafio das estações italianas. O aquecimento global tem encurtado os invernos e elevado as temperaturas médias nas montanhas, tornando cada vez mais difícil garantir a camada de neve necessária para as pistas.

A solução encontrada é a chamada “neve programada”, ou neve artificial. Ela é produzida com máquinas chamadas canhões de neve, que misturam água e ar comprimido, lançando microgotas que congelam antes de tocar o solo. O resultado é uma neve compacta, bem parecida com a natural, que permite às estações manter a temporada ativa mesmo em dias mais quentes. Hoje, essa tecnologia cobre boa parte das pistas italianas e é considerada indispensável para o futuro do turismo alpino.

Apesar das dificuldades climáticas, a temporada 2024-2025 foi considerada positiva. As estações dos Apeninos, por exemplo, voltaram a ganhar destaque graças a investimentos públicos e privados. E mesmo com uma leve queda no número de turistas italianos, o público estrangeiro cresceu. Sinal de que a montanha italiana continua em alta.

Além disso, a montanha de verão está conquistando novos fãs. Trekking, ciclismo e ecoturismo transformaram o que era uma região sazonal em destino ativo o ano inteiro. O novo desafio, agora, é manter o equilíbrio entre tecnologia, meio ambiente e o encanto natural que faz da neve – seja real ou de máquina – um dos símbolos mais fascinantes da Itália.

Para os brasileiros e ítalo-descendentes que nunca viram neve de perto, as estações italianas são o cenário ideal para uma primeira experiência. Locais como Cortina d’Ampezzo, Madonna di Campiglio e Livigno oferecem escolas de esqui, trilhas fáceis e vilas aconchegantes com cafés e lojinhas. Para quem prefere algo mais tranquilo (e econômico), os Apeninos, perto de Bolonha e Toscana, têm ótima infraestrutura e preços mais acessíveis.

E se a sua família é da Calábria ou da Campânia e você planeja visitar suas origens, vale saber: também por lá dá pra esquiar, e muito bem! Regiões como Camigliatello Silano, na Calábria, e Laceno, na Campânia, provam que até o sul da Itália tem montanhas que sabem receber o inverno com charme e tradição.
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