Verão combina com viagem, mar e descanso. Mas em 2025, para muitas famílias italianas e para os turistas que escolheram o Belpaese para as férias, o preço de relaxar sob o guarda-sol subiu, e não pouco. A tradicional “fuga de agosto” ficou mais cara, confirmando a sensação de que viajar custa mais a cada ano.
Segundo os últimos dados do Istat, divulgados em agosto, a inflação se manteve em +1,6% ao ano, o que significa em média 526 euros a mais por família e até 716 euros para um núcleo com dois filhos. E os gastos extras recaem justamente sobre turismo, transporte e lazer: os itens que mais pesam durante as férias.
De acordo com o Codacons, os aumentos foram expressivos para: voos nacionais, +23,5% em relação a 2024, balsas, +7,8%, pacotes de viagem nacionais, +10,4%, hospedagem em casas, B&B e hotéis, +6% e serviços de lazer e esportivos (praias, piscinas, academias), +6,8%. O quadro confirma, segundo a associação, “um verdadeiro tsunami de aumentos no setor turístico”.
Uma investigação da Altroconsumo detalha ainda melhor como o “caro-férias” afeta o bolso. Eis alguns dados. Praias: o aluguel de guarda-sol e espreguiçadeira aumentou em média 5% em 213 balneários analisados, com uma semana podendo custar mais de 340 euros apenas de praia. Além disso, serviços extras (cabines, chuveiros, brinquedos e até banheiro) somam gastos “ocultos”. Alojamento: uma semana para duas pessoas em agosto custa em média 1.000 euros. As cidades de arte (como Florença e Nápoles) ficam em torno de 720 euros, enquanto a Sardenha chega a quase 1.900 euros, puxada também pelo preço das passagens aéreas. Hotéis e Bed & Breakfast: os hotéis seguem mais caros, em média +38% em relação aos B&B. Curiosamente, os B&B reduziram os preços em 20%, voltando aos valores de 2022, uma opção estratégica para atrair viajantes. Pedágios: desde 1º de janeiro de 2025, aumentaram +1,8% em 2.800 km da rede da Autostrade per l’Italia.
O estudo da Altroconsumo também revela um dado alarmante: em algumas rotas monitoradas de dezembro a maio, o preço dos voos para agosto subiu até 300%, com uma média de +83%. O chamado dynamic pricing (tarifas variáveis segundo demanda e temporada) torna ainda mais difícil prever quando comprar. O conselho dos especialistas é acompanhar os preços ao longo do tempo, comparar companhias e não deixar para a última hora.
Em resumo: 2025 está sendo um ano de férias mais caras e seletivas. Quem não tem casa de veraneio ou não se planeja bem acaba gastando muito mais. O risco é que o direito ao descanso e ao mar se transforme em um luxo para poucos, já que em muitas localidades mais de 90% da costa está ocupada por balneários privados, reduzindo as opções de praia gratuita.
A equação é clara: menos poder de compra, mais despesas fixas e férias que pesam cada vez mais no orçamento familiar.