qua. set 17th, 2025

A Itália procura médicos brasileiros: salários chegam a R$ 45 mil e benefícios atraem profissionais.

A Itália está abrindo as portas para médicos e enfermeiros estrangeiros, e os brasileiros estão entre os mais procurados. O país europeu enfrenta uma crise no sistema de saúde, causada pela falta estimada de 65 mil profissionais em hospitais, clínicas, casas de repouso e centros comunitários. Para atrair mão de obra estrangeira, os salários chegam a 7 mil euros por mês (cerca de R$ 45 mil), além de vantagens como passagem aérea paga, moradia subsidiada e cursos de italiano.

A medida foi impulsionada pela aprovação de uma lei que flexibiliza a validação de diplomas estrangeiros, permitindo que médicos e enfermeiros de fora da União Europeia possam começar a trabalhar mesmo antes do reconhecimento definitivo do diploma.
Claro, o caminho envolve algumas etapas burocráticas: tradução juramentada de documentos, Apostila de Haia, Declaração de Valor, visto de trabalho, registro nos órgãos de classe e solicitação de permesso di soggiorno. Mas, para quem sonha em viver na Europa, a oportunidade parece única.

Interessante notar que o “importar médicos” não é uma exclusividade brasileira. A própria Itália já buscou inspiração no modelo cubano de cooperação médica. Em várias regiões do país, especialmente no sul, foram contratados médicos cubanos para suprir a falta de profissionais locais, algo que gerou tanto elogios pela eficácia imediata quanto críticas sobre custos e qualidade do atendimento.

Assim como no Brasil, a discussão na Itália vai além da carência: envolve também a dificuldade em fixar médicos em regiões menos atraentes economicamente e a resistência de parte da categoria diante da chegada de profissionais estrangeiros.

A situação lembra bastante o que aconteceu com o programa Mais Médicos no Brasil. Criado em 2013, ele trouxe milhares de médicos, em grande parte cubanos, para atender regiões afastadas, comunidades ribeirinhas e municípios do interior onde profissionais brasileiros não queriam ou não conseguiam se fixar. O programa gerou polêmica, mas também mudou a realidade de milhões de pessoas que, pela primeira vez, tiveram acesso regular a atendimento básico de saúde.

No fim das contas, tanto Brasil quanto Itália enfrentam um mesmo dilema: como garantir médicos onde eles mais fazem falta. Enquanto por aqui muitos lembram com nostalgia dos tempos do Mais Médicos, lá na Europa os brasileiros podem ser parte da solução da crise de saúde italiana.

Compartilhar:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *