O terceiro dia da Milão Fashion Week Mulher PE2026 contou a alma multifacetada da cidade: do pragmatismo sofisticado de Max Mara à vanguarda conceitual da Prada, da elegância mediterrânea da Emporio Armani ao teatro pop da Moschino, até a sensualidade glamourosa de Cavalli. No meio, nomes históricos como Genny e Boss e a abordagem radical da MM6 Maison Margiela deram voz a um coro estilístico que transformou o dia em um concentrado de identidades e contrastes.
Destaques principais
• Prada
Apresentou um diálogo entre fragilidade e poder. Tailleurs esculturais em tecidos industriais alternavam-se com vestidos transparentes em organza. Uma coleção que reflete a relação entre corpo e estrutura, com acessórios arquitetônicos já prontos para se tornarem ícones.
• Emporio Armani
Re Giorgio trouxe dois desfiles consecutivos reafirmando a essência de sua elegância urbana. Conjuntos leves, tecidos fluidos e tons marinhos narraram uma mulher dinâmica, cosmopolita, refinada sem ostentação.
• Moschino
O humor dominou a passarela: cores pop, estampas exageradas e acessórios que pareciam brinquedos gigantes. Uma celebração do excesso e da alegria, que arrancou sorrisos e aplausos, lembrando que a moda também pode ser puro divertimento.
• Roberto Cavalli
O nosso encerramento do dia foi uma declaração de sensualidade. Estampas animalier reinventadas, recortes ousados e drapeados metálicos incendiaram a passarela com energia noturna e magnética.
Outros protagonistas do dia
• Max Mara
Inaugurou a manhã com uma coleção pragmática e sofisticada. Casacos leves, conjuntos em tons neutros e linhas essenciais reafirmaram o DNA da marca: vestir a mulher contemporânea com elegância atemporal.
• Genny
O romantismo delicado foi o fio condutor: vestidos fluidos em seda e chiffon, tons pastel e drapeados luminosos. Uma feminilidade que dialoga com a luz e com uma elegância sonhadora.
• Boss
Alfaiataria moderna com toques esportivos. Tailleurs oversized, camisas fluidas e cores neutras projetaram a marca para um businesswear que une rigor e conforto.
• MM6 Maison Margiela
Minimalismo conceitual e sobreposições experimentais. Neutros marcantes, silhuetas desconstruídas e detalhes geométricos contaram uma moda sem compromissos, fiel à sua vocação radical de pesquisa.
Tendências reveladas
• Cores: neutros sofisticados (branco leite, areia, cinza pérola) contrastando com tons pop (vermelho, amarelo, azul elétrico) e estampas animalier.
• Silhuetas: fluidez leve (Armani, Max Mara, Genny) em contraste com cortes estruturados (Prada, Boss) e construções teatrais (Moschino, Cavalli).
• Materiais: organza, cetim técnico, chiffon, couro estampado, tecidos iridescentes, malharia leve.
• Acessórios: maxi bolsas rígidas, óculos bold, cintos joia, botas macias, sandálias esculturais.
Atmosfera geral
O terceiro dia confirmou Milão como a capital dos contrastes. Uma cidade capaz de ser pragmática pela manhã, romântica ao meio-dia e espetacular à noite. Um percurso que entrelaçou rigor e leveza, ironia e sensualidade, construindo uma narrativa vibrante e complexa.
Encerramento
Quando as luzes se apagaram na passarela da Cavalli, senti que Milão havia orquestrado uma sinfonia de vozes diversas: nenhuma em competição, todas necessárias para contar a riqueza infinita de sua linguagem de moda.
crédito foto: Empório Armani