O ano de 2025 marca um período de luzes e sombras para o turismo italiano. Nos primeiros seis meses, os hotéis registraram 121 milhões de presenças (+0,9% em relação a 2024), impulsionadas sobretudo por turistas estrangeiros (+2,3%), enquanto a procura interna recuou (-0,8%). As chegadas aumentaram durante o verão, mas as estadias encurtaram, reduzindo o impacto econômico.
O aumento dos preços pesa sobre as famílias: nos últimos seis anos, pacotes de férias, hotéis e voos subiram até 80%. No Ferragosto, viajaram apenas 12 milhões de italianos, um milhão a menos do que em 2024. Muitos optaram por segundas residências ou pela hospitalidade de familiares.
As preferências dos viajantes também mudam. Montanha (+4,8%), cidades de arte e lagos superam as praias, que permanecem cheias apenas nos fins de semana. Segundo a Assobalneari, em algumas regiões a queda chega a 30%, afetando restaurantes e atividades sazonais. O setor balnear também sofre com o aumento de preços e a incerteza regulatória sobre as concessões de litoral.
Quem sustenta o setor são principalmente os estrangeiros, com 101 milhões de presenças estimadas no segmento balnear (+5%) e faturamento de 33,7 bilhões de euros. Americanos, turistas do Oriente Médio e do Leste Europeu garantem fluxos relevantes, sobretudo em destinos icónicos como a costa vêneta e Forte dei Marmi.
Sinais positivos vêm da desestacionalização, com férias distribuídas entre junho e setembro, mas o modelo da semana de praia “tudo incluído” parece em crise. Rimini, símbolo do turismo de massa, registra ocupações em queda e descontos forçados.
A Itália mantém-se em segundo lugar na Europa em número de presenças, atrás da Espanha, mas o setor atravessa uma fase de transição: forte dependência dos turistas estrangeiros e queda na procura interna. O risco, alertam os operadores, é que o país passe a ser percebido como um destino demasiado caro em comparação com outros concorrentes do Mediterrâneo.