A Igreja Católica marca este verão com três momentos de forte simbolismo: a canonização de Carlo Acutis e Pier Giorgio Frassati e a beatificação de Floribert Bwana Chui — jovens que deixaram marcas profundas pela fé, pela dedicação aos pobres e pela coragem levada até ao fim da vida.
Carlo e Floribert partilham ainda um detalhe comovente: as suas mães, Antónia e Gertrude, continuam vivas para testemunhar o reconhecimento público da santidade dos filhos.
Nascido em 1981, em Goma, no Congo, Floribert Bwana Chui foi beatificado em 15 de junho. Cresceu numa região marcada pela violência e, desde cedo, ligou-se à Comunidade de Santo Egídio, onde apoiava crianças de rua e deslocados da guerra. Funcionário da Alfândega, recusou subornos que permitiriam a entrada de alimentos deteriorados. A sua integridade custou-lhe a vida: sequestrado, torturado e assassinado a 8 de julho de 2007, tinha apenas 26 anos. Durante a cerimónia em Roma, a mãe recordou com emoção: “Floribert foi assassinado por ter escolhido Deus até ao fim. Peço aos jovens que sigam o seu exemplo e não se deixem corromper.”
Na Itália, Pier Giorgio Frassati continua a inspirar gerações. Nascido em Turim, em 1901, cresceu numa família abastada, mas dedicou-se aos pobres e ergueu a voz contra o avanço do fascismo. Apaixonado pela montanha e pelo desporto, organizava caminhadas para unir fé, amizade e fraternidade. Morreu aos 24 anos, vítima de poliomielite, e será canonizado em Roma a 7 de setembro. Para muitos, é “um jovem que fez coisas ordinárias de forma extraordinária”, como resumiu um grupo paroquial português.
O mais conhecido dos novos santos é Carlo Acutis (1991-2006), apelidado de “influencer de Deus” e já considerado “padroeiro da internet”. Criador de websites sobre milagres eucarísticos, desportista e sempre próximo dos amigos, viveu a fé de maneira simples e atual. Morreu de leucemia aos 15 anos e será canonizado lado a lado com Frassati, a 7 de setembro, na Praça de São Pedro.
Histórias interrompidas demasiado cedo, mas que ecoam hoje com força renovada. No Jubileu de 2025, Carlo, Pier Giorgio e Floribert lembram ao mundo que a santidade não se mede pelos anos vividos, mas pela intensidade da fé e da entrega.