A Itália volta a registrar casos do vírus do Nilo Ocidental (WNV) neste verão europeu, com três mortes confirmadas até o momento e um total de 44 infecções oficiais no país em 2025. As autoridades de saúde reforçam que a maioria das infecções é leve ou assintomática, mas alertam para os riscos em idosos e pessoas com comorbidades, especialmente nas regiões mais afetadas, como o Lácio e a Campânia.
Identificado pela primeira vez em 1937, no distrito do Nilo Ocidental, em Uganda, o vírus é um arbovírus transmitido a seres humanos pela picada de mosquitos infectados, principalmente do gênero Culex. Esses insetos contraem o vírus ao se alimentar do sangue de aves contaminadas, que funcionam como reservatórios naturais.
O vírus está presente em diversas partes do mundo — incluindo África, Ásia, América, Austrália e Europa — e circula sob vigilância sanitária ativa em países da União Europeia, sobretudo durante os meses mais quentes.
Casos e mortes na Itália em 2025
De acordo com os últimos boletins divulgados pelo Instituto Nacional de Doenças Infecciosas Lazzaro Spallanzani e pela Região do Lácio, até o momento foram registrados:
- 44 casos confirmados de infecção pelo vírus do Nilo Ocidental:
- 41 casos na província de Latina (Lácio)
- 2 casos na província de Roma
- 1 caso com provável exposição na província de Caserta (fora do Lácio)
Entre os 44 infectados:
- 16 apresentam sintomas:
- 4 com síndrome neuroinvasiva (a forma mais grave da doença)
- 12 com quadro febril leve
- 18 pacientes seguem hospitalizados (por diversas patologias)
- 19 estão em tratamento domiciliar
- 3 receberam alta
- 2 estão em terapia intensiva
- 3 faleceram em decorrência da infecção
As três mortes confirmadas envolvem pacientes idosos com comorbidades:
- Mulher de 82 anos, residente na província de Latina (Lácio), morreu em 20 de julho.
- Homem de 77 anos, também do Lácio, estava internado no Instituto Spallanzani, em Roma. Era transplantado cardíaco e sofria de doenças crônicas. Foi a segunda vítima da região.
- Homem de 80 anos, da cidade de Maddaloni (Caserta, Campânia), morreu após ser hospitalizado no pronto-socorro de Caserta. Foi a primeira morte da região da Campânia.
Sintomas e formas de manifestação
Na maioria dos casos, o vírus não provoca sintomas. Quando ocorrem, os sinais mais comuns são:
- Febre
- Dor de cabeça
- Náuseas e vômitos
- Erupções cutâneas
- Dores musculares
- Cansaço extremo
Cerca de 1% dos infectados desenvolve sintomas graves, geralmente associados a comprometimento neurológico, como:
- Encefalite
- Meningite
- Paralisias
- Tremores
- Confusão mental
- Convulsões
- Coma
Esses casos mais severos afetam especialmente idosos, imunossuprimidos ou pessoas com doenças crônicas. A forma neuroinvasiva pode ser fatal ou deixar sequelas duradouras.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico é feito por exames laboratoriais específicos, como sorologia ou PCR, normalmente indicados em casos com suspeita clínica. Não há tratamento antiviral específico para o vírus do Nilo Ocidental. O cuidado é sintomático, com hidratação, controle de febre e acompanhamento hospitalar em casos graves.
Como prevenir?
O principal meio de prevenção é evitar a exposição às picadas de mosquito. As autoridades italianas reforçam algumas orientações simples, mas eficazes:
- Uso de repelentes com eficácia comprovada, especialmente ao amanhecer e ao entardecer.
- Uso de roupas claras e que cubram braços e pernas.
- Instalação de mosquiteiros em janelas e portas.
- Evitar água parada em vasos, calhas, baldes e pneus — locais propícios para reprodução do mosquito.
- Se estiver em áreas de risco, consultar autoridades locais ou centros de saúde sobre surtos ativos.
Além disso, medidas como controle da população de mosquitos por prefeituras, vigilância entomológica e triagem de sangue e órgãos em áreas afetadas fazem parte do Plano Nacional de Vigilância de Arboviroses 2020–2025, que segue ativo.
Municípios em alerta
Na província de Latina, as infecções estão concentradas em:
Aprilia, Cisterna di Latina, Fondi, Latina, Pontinia, Priverno, Sezze e Sabaudia.
Na província de Roma:
Anzio e Nettuno são os municípios com exposição presumida ao vírus.
Na Campânia, os casos envolvem a província de Caserta, especialmente a cidade de Maddaloni.
O Ministério da Saúde afirma que a situação está sendo monitorada com rigor, e que os números atuais estão abaixo dos registrados em anos anteriores, como 2022 e 2023. Especialistas reforçam que não há motivo para pânico, mas sim para informação, precaução e responsabilidade coletiva, especialmente durante o verão, quando a atividade dos mosquitos é mais intensa.
Se estiver em viagem pela Itália ou residir nas áreas de risco, o cuidado individual faz a diferença para evitar a disseminação do vírus.
O objetivo não é criar pânico, mas trazer informações e orientação sobre o assunto.

