qui. out 30th, 2025

Vírus do Nilo Ocidental: O panorama atual na Itália

A Itália volta a registrar casos do vírus do Nilo Ocidental (WNV) neste verão europeu, com três mortes confirmadas até o momento e um total de 44 infecções oficiais no país em 2025. As autoridades de saúde reforçam que a maioria das infecções é leve ou assintomática, mas alertam para os riscos em idosos e pessoas com comorbidades, especialmente nas regiões mais afetadas, como o Lácio e a Campânia.

Identificado pela primeira vez em 1937, no distrito do Nilo Ocidental, em Uganda, o vírus é um arbovírus transmitido a seres humanos pela picada de mosquitos infectados, principalmente do gênero Culex. Esses insetos contraem o vírus ao se alimentar do sangue de aves contaminadas, que funcionam como reservatórios naturais.

O vírus está presente em diversas partes do mundo — incluindo África, Ásia, América, Austrália e Europa — e circula sob vigilância sanitária ativa em países da União Europeia, sobretudo durante os meses mais quentes.

Casos e mortes na Itália em 2025

De acordo com os últimos boletins divulgados pelo Instituto Nacional de Doenças Infecciosas Lazzaro Spallanzani e pela Região do Lácio, até o momento foram registrados:

  • 44 casos confirmados de infecção pelo vírus do Nilo Ocidental:
    • 41 casos na província de Latina (Lácio)
    • 2 casos na província de Roma
    • 1 caso com provável exposição na província de Caserta (fora do Lácio)

Entre os 44 infectados:

  • 16 apresentam sintomas:
    • 4 com síndrome neuroinvasiva (a forma mais grave da doença)
    • 12 com quadro febril leve
  • 18 pacientes seguem hospitalizados (por diversas patologias)
  • 19 estão em tratamento domiciliar
  • 3 receberam alta
  • 2 estão em terapia intensiva
  • 3 faleceram em decorrência da infecção

As três mortes confirmadas envolvem pacientes idosos com comorbidades:

  1. Mulher de 82 anos, residente na província de Latina (Lácio), morreu em 20 de julho.
  2. Homem de 77 anos, também do Lácio, estava internado no Instituto Spallanzani, em Roma. Era transplantado cardíaco e sofria de doenças crônicas. Foi a segunda vítima da região.
  3. Homem de 80 anos, da cidade de Maddaloni (Caserta, Campânia), morreu após ser hospitalizado no pronto-socorro de Caserta. Foi a primeira morte da região da Campânia.
Sintomas e formas de manifestação

Na maioria dos casos, o vírus não provoca sintomas. Quando ocorrem, os sinais mais comuns são:

  • Febre
  • Dor de cabeça
  • Náuseas e vômitos
  • Erupções cutâneas
  • Dores musculares
  • Cansaço extremo

Cerca de 1% dos infectados desenvolve sintomas graves, geralmente associados a comprometimento neurológico, como:

  • Encefalite
  • Meningite
  • Paralisias
  • Tremores
  • Confusão mental
  • Convulsões
  • Coma

Esses casos mais severos afetam especialmente idosos, imunossuprimidos ou pessoas com doenças crônicas. A forma neuroinvasiva pode ser fatal ou deixar sequelas duradouras.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico é feito por exames laboratoriais específicos, como sorologia ou PCR, normalmente indicados em casos com suspeita clínica. Não há tratamento antiviral específico para o vírus do Nilo Ocidental. O cuidado é sintomático, com hidratação, controle de febre e acompanhamento hospitalar em casos graves.

Como prevenir?

O principal meio de prevenção é evitar a exposição às picadas de mosquito. As autoridades italianas reforçam algumas orientações simples, mas eficazes:

  • Uso de repelentes com eficácia comprovada, especialmente ao amanhecer e ao entardecer.
  • Uso de roupas claras e que cubram braços e pernas.
  • Instalação de mosquiteiros em janelas e portas.
  • Evitar água parada em vasos, calhas, baldes e pneus — locais propícios para reprodução do mosquito.
  • Se estiver em áreas de risco, consultar autoridades locais ou centros de saúde sobre surtos ativos.

Além disso, medidas como controle da população de mosquitos por prefeituras, vigilância entomológica e triagem de sangue e órgãos em áreas afetadas fazem parte do Plano Nacional de Vigilância de Arboviroses 2020–2025, que segue ativo.

Municípios em alerta

Na província de Latina, as infecções estão concentradas em:
Aprilia, Cisterna di Latina, Fondi, Latina, Pontinia, Priverno, Sezze e Sabaudia.

Na província de Roma:
Anzio e Nettuno são os municípios com exposição presumida ao vírus.

Na Campânia, os casos envolvem a província de Caserta, especialmente a cidade de Maddaloni.

O Ministério da Saúde afirma que a situação está sendo monitorada com rigor, e que os números atuais estão abaixo dos registrados em anos anteriores, como 2022 e 2023. Especialistas reforçam que não há motivo para pânico, mas sim para informação, precaução e responsabilidade coletiva, especialmente durante o verão, quando a atividade dos mosquitos é mais intensa.

Se estiver em viagem pela Itália ou residir nas áreas de risco, o cuidado individual faz a diferença para evitar a disseminação do vírus.

O objetivo não é criar pânico, mas trazer informações e orientação sobre o assunto.

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