Quando pensamos na Itália, logo vêm à mente destinos como Roma, Veneza, Florença ou Milão. Mas existe também uma Itália menos conhecida, marcada por colinas, vinhedos, vilarejos medievais e paisagens agrícolas que parecem saídas de uma pintura. É justamente nesses territórios rurais que surge hoje uma das tendências mais interessantes de viagem no país: a inovação turística ligada à identidade local e à vida no campo.
De 11 a 13 de setembro, a cidade de Vasto, na região de Abruzzo, vai sediar a convenção nacional “Terre Attrattive”, dedicada a discutir o futuro do turismo em áreas rurais. O evento reunirá gestores, pesquisadores e representantes de comunidades locais com um objetivo comum: transformar a vocação agrícola e cultural das regiões em experiências autênticas, capazes de gerar renda sem perder a essência local.
O turismo experiencial, como é chamado, propõe que o visitante não seja apenas espectador, mas participante. Isso pode significar colher uvas durante a vindima, aprender receitas tradicionais com as nonnas, pedalar por trilhas que ligam vilarejos históricos ou redescobrir rituais populares quase esquecidos.
A convenção de Vasto faz parte de um laboratório nacional da Rete Rurale Italiana, que estuda modelos de turismo sustentável para o período 2025-2029. Mais do que uma conferência, trata-se de um espaço de troca de práticas entre regiões, onde inovação, sustentabilidade e cultura rural caminham lado a lado.
Para quem vive no Brasil e tem raízes italianas, esse movimento abre uma oportunidade concreta: reviver a história familiar de forma mais imersiva. Não se trata apenas de visitar o vilarejo dos avós e tirar fotos na praça principal, mas de encontrar maneiras de se inserir na vida local, vivendo como os antepassados viveram, em contato com tradições, sabores e histórias. Sentando à mesa com moradores locais, cozinhando juntos, conhecendo arquivos paroquiais ou participando de festas tradicionais, é possível vivenciar um turismo que mistura identidade, emoção e pertencimento.