O segundo dia do TTG Travel Experience 2025, em Rimini, foi marcado por uma agenda intensa de debates e anúncios voltados ao futuro do turismo italiano. O governo confirmou um pacote de investimentos de 8 bilhões de euros, destinado a fortalecer a infraestrutura turística, apoiar a inovação e impulsionar a criação de empregos no setor. A medida, apresentada pela ministra do Turismo Daniela Santanchè, foi recebida como um sinal de confiança na retomada plena do mercado e na consolidação da Itália como um dos destinos mais competitivos da Europa.
Para facilitar o acesso de profissionais e compradores internacionais, foi inaugurado um voo direto entre Roma Fiumicino e Rimini, operado em parceria com a Luxwing, ativo durante os dias da feira. A infraestrutura local também ganhou reforços com novas linhas de traslado gratuito ligando Rimini Marina Centro, Riccione e Bellaria ao centro de exposições — uma solução prática e simbólica do esforço coletivo para tornar o evento mais acessível e sustentável.
Durante o congresso “Um futuro para o turismo litorâneo italiano”, o presidente da Região Emília-Romanha, Michele De Pascale, destacou a perda de competitividade do setor balneário nacional. Segundo ele, “a oferta de turismo de praia na Itália é muito mais fraca do que há 15 anos”, resultado direto do bloqueio de investimentos e da falta de uma estratégia de modernização das estruturas costeiras. O tema reacendeu o debate sobre a necessidade de políticas públicas claras para revitalizar o litoral italiano e proteger um dos principais motores do turismo doméstico.
A ENIT – Agência Nacional Italiana de Turismo divulgou novos números que confirmam a solidez do setor. Em 2025, o total de gastos turísticos deverá alcançar 185 bilhões de euros, sendo 60,4 bilhões provenientes de visitantes estrangeiros e 124,6 bilhões de turistas italianos. O dado representa um crescimento de 9,4% nas receitas internacionais, reforçando a importância dos fluxos provenientes de mercados estratégicos, como o brasileiro, para a economia turística italiana.
Nos corredores do TTG, o clima é de otimismo e pragmatismo. As empresas aproveitaram a plataforma My Agenda by TTG para intensificar o networking e organizar encontros de negócios entre expositores e compradores de 75 países. Embora nenhuma grande parceria internacional tenha sido oficializada nesta quinta-feira, as negociações continuam em ritmo acelerado, com expectativa de anúncios relevantes na sexta-feira, último dia do evento.
A sustentabilidade permaneceu como fio condutor das discussões. Diversos painéis trataram de práticas operacionais “verdes” para destinos e empreendimentos hoteleiros, reforçando a tendência de que a competitividade no turismo europeu estará cada vez mais ligada à capacidade de medir e comunicar impactos ambientais.
Amanhã, sexta-feira, 10 de outubro, as atenções estarão voltadas ao painel organizado por Roma Capitale, intitulado “Os investimentos em turismo que estão mudando”, que apresentará novos modelos de financiamento urbano e estratégias de regeneração de áreas históricas e culturais. Também estão programadas sessões sobre regeneração costeira, um tema especialmente sensível após as críticas de De Pascale, além de debates dedicados à transição verde e à inovação digitalno setor.
Os números da feira confirmam o sucesso da edição: 2.700 marcas expositoras, mais de 1.000 compradores internacionais, representantes de 75 países e mais de 200 eventos programados. No total, a ENIT estima que a presença internacional na Itália continuará crescendo de forma robusta, sustentada por novos investimentos e por políticas de promoção integradas.
Em síntese, o TTG Rimini 2025 viveu hoje um dia de reafirmação do papel estratégico do turismo na economia italiana. Entre dados otimistas e discursos de alerta, a narrativa é clara: investir em infraestrutura, inovação e sustentabilidade é o caminho para garantir competitividade global e estabilidade econômica. Amanhã, a feira encerra suas atividades com expectativa de novas parcerias e acordos internacionais que poderão redefinir o panorama do turismo europeu nos próximos anos.