O primeiro dia do TTG Travel Experience 2025, em Rimini, abriu suas portas sob o lema “AWAKE”, um convite para o setor do turismo “acordar” para uma nova era marcada por inovação, inteligência artificial e sustentabilidade. A ministra do Turismo da Itália, Daniela Santanchè, inaugurou oficialmente o evento destacando a necessidade de elevar o padrão de qualidade em todos os níveis da cadeia turística, reforçando que a Itália deve funcionar como um “guarda-chuva” capaz de valorizar as identidades regionais e consolidar a imagem do país como destino de excelência.
Com mais de 2.700 marcas expositoras, 1.000 compradores internacionais de 75 países e mais de 200 eventos programados, o TTG confirma-se como o principal hub de negócios turísticos da Itália e um dos maiores da Europa. O tema “AWAKE” atravessa toda a programação, promovendo debates sobre novos modelos de negócio, digitalização e turismo responsável.
Entre os dados mais comentados do dia, o Relatório Demoskopika 2025 apresentou projeções otimistas: o turismo italiano deve encerrar o ano com 146,3 milhões de chegadas e 476,8 milhões de pernoites, representando um aumento de 8,4% em relação a 2024. A despesa direta dos turistas é estimada em €135 bilhões, sinalizando uma recuperação sólida e sustentável.
No campo internacional, o painel “Geopolitics for Tourism” abordou os desafios e as oportunidades de um cenário global instável, especialmente para os fluxos intercontinentais vindos da América Latina. A inteligência artificial também ganhou destaque, com sessões dedicadas a sistemas de reservas automatizadas e novas soluções de pagamento, evidenciando que a digitalização será uma das chaves para a competitividade das empresas.
O contexto político permaneceu sensível devido à recente decisão de excluir Israel da feira, tema que pairou discretamente sobre os corredores do evento e reacendeu o debate sobre o papel dos grandes encontros turísticos em tempos de tensão internacional.
Foco Brasil – Conexões e oportunidades
A presença do Brasil no TTG Rimini ganhou novo impulso. De acordo com dados da Demoskopika, o aumento de 11,3% nas chegadas internacionais à Itália em 2025 amplia o potencial para o mercado brasileiro, especialmente em nichos ligados à cultura, neve e gastronomia.
Operadores brasileiros e europeus aproveitaram o encontro para negociar temporadas inverno 2025/26 e verão 2026, priorizando acordos nas áreas de distribuição, meios de pagamento e sustentabilidade. A expectativa é de um crescimento nas parcerias entre DMCs italianas e OTAs brasileiras voltadas ao turismo de experiência.
Antes mesmo do evento, o roadshow VisitBrasil/VBRATA, realizado em Milão, já havia demonstrado o interesse mútuo entre os dois países e pavimentado o caminho para ações conjuntas de marketing e promoção de destinos.
Frases do dia
Daniela Santanchè (Ministra do Turismo da Itália): “Precisamos elevar a qualidade em todos os níveis — é o desafio que nos projetará a um crescimento ainda maior.”
Maurizio Ermeti (Presidente da Italian Exhibition Group – IEG): “Toda a indústria do turismo precisa se adaptar, com novos produtos e novas formas de viajar.”
Roberta Frisoni (Secretária de Turismo da Emília-Romanha): “O turista quer ser mais protagonista e menos espectador — a sustentabilidade é a chave.”
Números do dia
O TTG Rimini apresentou hoje uma radiografia precisa do momento do turismo: 146,3 milhões de chegadas e 476,8 milhões de pernoites na Itália em 2025 (+8,4% sobre 2024); €135 bilhões de gasto direto de turistas; 82,3 milhões de chegadas internacionais, um aumento de 11,3%, reforçando o papel do Brasil como mercado estratégico; e 2.700 marcas, 1.000+ compradores, 75 países e 200 eventos, recorde histórico para o evento.
Além disso, 62% dos viajantes long-haul afirmam considerar a sustentabilidade um fator decisivo na escolha de destinos — uma tendência transversal em todas as discussões do dia.
O que acompanhar amanhã (9 de outubro)
A segunda jornada do TTG trará painéis voltados à IA em reservas e revenue management, com estudos de caso aplicáveis ao público latino-americano; sessões sobre distribuição e pagamentos internacionais, de interesse direto para OTAs e DMCs brasileiras; e debates sobre sustentabilidade mensurável, com foco em certificações e critérios de avaliação para destinos “verdes”.