A passarela mais aguardada do ano não é apenas a do Lido. Por ocasião da 82ª Mostra Internacional de Arte Cinematográfica, a moda confirma seu papel de aliada estratégica do cinema, transformando o tapete vermelho e os palácios históricos em cenários onde o glamour se torna narrativa.
De hoje, 27 de agosto, até 6 de setembro, as grandes maisons escolhem Veneza como palco para apresentar coleções cápsula e colaborações com diretores e atores, em uma trama que vai além do estilo. As estreias cinematográficas tornam-se oportunidade para desfiles exclusivos, enquanto as maisons financiam projetos de jovens autores por meio de fundos e prêmios dedicados.
O fenômeno não se limita à aparência: segundo os organizadores, mais de 30% dos eventos paralelos à Mostra são apoiados por marcas de luxo, que veem no cinema uma linguagem capaz de amplificar sua narrativa. «A moda não veste apenas os atores – comenta um curador do festival – mas contribui para escrever o roteiro da contemporaneidade».
As imagens das estrelas envoltas em vestidos de alta-costura percorrem o mundo, alimentando a comunicação digital e atraindo novos patrocinadores. Veneza torna-se, assim, não apenas capital do cinema de autor, mas também ponto de encontro de uma economia cultural que une criatividade, marketing e storytelling.
Em um momento em que cinema e moda precisam enfrentar os desafios da sustentabilidade e da digitalização, a Mostra de 2025 marca um ponto de referência: o futuro das artes visuais também passa pela capacidade de colaborar e se contaminar mutuamente. No tapete vermelho, entre as lentes das câmeras e os flashes fotográficos, celebra-se não apenas o cinema, mas todo o ecossistema cultural que o circunda.
