qui. out 30th, 2025

Não é só o latim: aramaico, copta e grego antigo entre a liturgia e o estudo nos palácios do Vaticano

Quando se fala em Vaticano e liturgia, o pensamento corre imediatamente para o latim, língua oficial da Igreja Católica e veículo secular dos documentos papais. Mas dentro dos muros leoninos o mosaico linguístico é muito mais rico e surpreendente: ao lado do latim convivem idiomas antigos como o aramaico, o copta e o grego antigo, que continuam a ser utilizados em contextos litúrgicos, acadêmicos e de pesquisa.

O aramaico, a língua falada por Jesus e pelos apóstolos, mantém um lugar privilegiado em algumas celebrações das Igrejas Católicas de rito oriental. No Vaticano não é raro assistir, em ocasiões solenes, a orações recitadas nesse idioma semítico que remete diretamente às origens cristãs.

O copta, herdeiro do egípcio faraônico, é a língua da liturgia da Igreja Copta Católica. Nas capelas dedicadas às comunidades orientais, cânticos e fórmulas ainda ressoam em copta, preservando um patrimônio espiritual milenar que o Vaticano incentiva a manter vivo.

O grego antigo, por sua vez, continua a ocupar um papel de destaque nos estudos teológicos e bíblicos. Nos cursos da Pontifícia Universidade Gregoriana e do Instituto Bíblico, é a chave para acessar os textos originais do Novo Testamento e os Padres da Igreja. Mas não se trata apenas de estudo: nas liturgias católicas de rito bizantino, celebradas também no Vaticano, o uso do grego mantém intacto o vínculo com a tradição oriental.

Essa pluralidade de línguas reflete a universalidade da Igreja e seu enraizamento na história. Se o latim permanece como a língua identitária e jurídica, o aramaico, o copta e o grego antigo testemunham como Roma guarda – e renova – uma memória que pertence a toda a cristandade.

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