A Itália entrou oficialmente para a história da exploração lunar: seu território será a primeira casa humana na Lua — no mês sul do nosso satélite — quando o Multi‑Purpose Habitation (MPH), módulo habitacional produzido pela Thales Alenia Space Italia, for lançado em 2033. A Agência Espacial Italiana (ASI) confiou à empresa o design final, aprovado pela NASA em setembro passado .
Dois anos para projetar a casa lunar
Começa agora uma fase de estudos de dois anos, em que a Thales Alenia Space Itália atuará como primeiro contratante, em colaboração com a ALTEC, o centro em Turim, e um consórcio de indústrias italianas . O objetivo é entregar um habitat autônomo, autopropelido, com rodas e motores para locomover-se a poucos quilômetros por hora sobre a superfície lunar .
Um habitat móvel que é laboratório e refúgio
O MPH — um cilindro de 6 metros de comprimento por 3 de diâmetro, com cerca de 15 toneladas — funcionará como abrigo seguro e plataforma científica, mesmo quando estiver vazio . Seu sistema de mobilidade permitirá posicioná-lo de forma estratégica contra a noite lunar ou deslocá-lo para diferentes áreas durante missões Artemis . Projetado para durar 10 anos, suportará provas extremas: variações térmicas, radiação intensa, micrometeoritos, gravidade reduzida e a corrosiva poeira lunar (regolite) .
Liderança italiana no novo período espacial
A decisão da NASA em confiar o MPH à ASI e à Thales Alenia Space Italia reforça a posição da Itália como líder global na obstinada corrida à Lua, dentro da arquitetura do programa Artemis . Conforme o presidente da ASI, Teodoro Valente, o projeto nasce de uma visão estratégica de longo prazo e da expertise acumulada ao longo de décadas na construção de módulos espaciais .
Este marco político e institucional também ocorre poucos dias após a aprovação, pelo Parlamento italiano, da primeira “Lei do Espaço”, consolidando o compromisso nacional com a economia do espaço .
Artemis ao horizonte
O MPH será lançado no Kennedy Space Center da NASA em 2033, como parte da cooperação bilateral entre a NASA e a ASI, dentro dos Artemis Accords . Ele será compatível com os outros elementos da infraestrutura lunar, como o Gateway, e parte fundamental da Moon‑to‑Mars Strategy da NASA .
Com isso, a Itália não apenas projeta “a primeira casa na Lua”, mas firma sua presença como protagonista da nova corrida espacial, contribuindo com tecnologia, design e liderança para uma missão que simboliza a próxima fronteira da humanidade.