qui. out 30th, 2025

Italia lança Guia de Negócios no Brasil 2025: entre os Países uma ponte econômica de 1.104 empresas

O eixo econômico entre Itália e Brasil já não é apenas uma questão de grandes grupos globais: trata-se de um ecossistema em evolução, composto por empresas estruturadas, PMEs dinâmicas, tecnologias exportadas e alianças industriais em crescimento. O novo Guia de Negócios no Brasil 2025, apresentado no Palazzo Lombardia, em Milão, revela com dados atualizados uma relação que se tornou estratégica.

Hoje, existem 1.104 empresas italianas presentes no Brasil, entre filiais, unidades produtivas e controladas. Este número fala por si só: 86% dessas empresas escolheram o Sul e o Sudeste, sendo São Paulo o coração pulsante da indústria e das finanças nacionais.

Por que o Brasil é estratégico para as empresas italianas? De acordo com o Guia, o Brasil se apresenta aos investidores com três elementos chave: um contexto político cada vez mais estável, uma reforma tributária em andamento e novas regras para licitações públicas. Em 2024, o país foi o segundo no mundo em atração de capitais estrangeiros, acumulando 71,1 bilhões de dólares em investimentos diretos.

Os setores mais ativos incluem energia e transição verde, infraestrutura, setor automotivo, mecânica industrial, moda e design. Nesse panorama, grandes grupos italianos como Eni, Enel, Pirelli, Stellantis, Leonardo e Prysmian já estão estabelecidos no Brasil. Ao lado deles, há uma rede consolidada de PMEs de manufatura e serviços que fortaleceram sua presença por meio de parcerias locais.
E pode ser só o começo.

Para Graziano Messana, presidente da Câmara de Comércio Italiana de São Paulo, o acordo União Europeia-Mercosul será um verdadeiro divisor de águas. Com a redução progressiva das tarifas alfandegárias prevista para os próximos anos, estima-se um crescimento de aproximadamente 40% nas exportações italianas para o Brasil ao longo da próxima década.

O país, que vem renovando seu parque industrial e crescendo a uma média de 3% do PIB ao ano, posiciona-se como um terreno fértil para tecnologias italianas nos setores de energias renováveis, indústria e manufatura. Além disso, com uma matriz energética composta por 74% de fontes limpas, o Brasil pode tornar-se uma referência para a Itália nesta fase de transição ecológica. As sinergias, portanto, são evidentes e não unilaterais.

Em sua mensagem em vídeo, o embaixador da Itália no Brasil, Alessandro Cortese, recordou que o país é mais do que um mercado: é também uma ponte cultural e emocional.“Residem no Brasil nada menos que 900.000 italianos, enquanto cerca de 32 milhões de brasileiros têm descendência ligada ao nosso país, aos seus produtos e às suas empresas”, disse.

Cortese destacou ainda que se trata de um país de dimensão continental, quase trinta vezes maior que a Itália, com 210 milhões de habitantes e um PIB ligeiramente superior ao italiano, crescendo em média cerca de 3% nos últimos três anos. Entre as maiores empresas italianas presentes no Brasil, destacou Stellantis, responsável por quase um terço dos veículos em circulação no país, TIM, com cerca de 25% da telefonia móvel brasileira, Enel, principal distribuidora em São Paulo e Rio, além de Ferrero, Luxottica, Pirelli, Almaviva, Saipem e muitas outras.

O panorama confirma que a relação entre Itália e Brasil está entrando em uma fase de maturidade, com potencial para evoluir de uma presença predominantemente comercial para um verdadeiro projeto de integração industrial e tecnológica. A próxima década poderá marcar uma colaboração crescente em áreas como energia limpa, digitalização, inovação industrial e sustentabilidade, construindo uma ponte econômica cada vez mais sólida entre as duas margens do Atlântico.

Apesar das oportunidades, o Brasil não é um mercado simples. Exige competências específicas, estratégias orientadas e informação confiável e atualizada. A Guia representa uma ferramenta concreta para orientar as empresas italianas em um ambiente complexo, onde apenas uma ação combinada pode transformar os desafios em oportunidades.

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