Hoje (sexta-feira, 12 de setembro) terá início a audiência preliminar contra o chefe de Pagliarelli Giuseppe Calvaruso e outras quatro pessoas, entre elas seu sócio nos negócios, o empresário bagherese Giuseppe Bruno, em relação à investigação que revelou o império econômico que o mafioso conseguiu construir no Brasil. A procuradora adjunta Marzia Sabella (hoje afastada pelo CSM) e a substituta Federica La Chioma pediram o julgamento de ambos e de outros três investigados. A juíza Cristina Lo Bue decidirá se eles irão ou não a julgamento.
No banco dos réus, além dos dois, estarão também Giovanni Caruso, braço direito de Calvaruso, o brasileiro José Reinaldo Valandro, e um homônimo do mafioso, Giuseppe Calvaruso, apelidado de “Pagnotta”.
As investigações da guarda de finanças começaram a partir de uma mala preta com 600 mil euros em dinheiro vivo, entregue em 31 de outubro de 2016 em um hotel de Rimini. A transação ocorreu entre Calvaruso, já condenado por máfia, e Pietro Ladogana, romano, com antecedentes e posteriormente preso por homicídio em 2019. Foi nesse momento que, segundo a acusação, teriam começado todos os investimentos no Brasil, em particular no estado do Rio Grande do Norte, por parte do mafioso, que, inserindo-se em vários setores e com a ajuda de profissionais insuspeitos e laranjas, teria conseguido montar um império capaz de gerar faturamentos de meio bilhão de euros.
O dinheiro teria dado praticamente a volta ao mundo, passando por empresas espalhadas entre a Suíça, Alemanha, Hong Kong e Singapura, para depois retornar, inclusive escondido nos sutiãs da mãe de Bruno, e acabar nos cofres da Cosa Nostra, em Palermo.
Acusações que Calvaruso, preso pela última vez em 5 de abril de 2021 em Punta Raisi, justamente quando voltava do Brasil para comemorar a Páscoa em Palermo, sempre negou: “Sou apenas um empresário que tenta trabalhar”, declarou na época.