Itália bate mais um record com 74 milhões de turistas em campings e vilarejos open air

E os números confirmam o sucesso. Entre abril e outubro de 2025, o setor registrou 74 milhões de presenças (ou seja, diárias ocupadas), superando em um milhão os resultados de 2024. Os dados foram divulgados durante o Forum Open Air 2025, realizado em Roma pela Faita Federcamping em parceria com a Intesa San Paolo e a Crippaconcept. O faturamento, somando receitas diretas e indiretas, alcançou a impressionante marca de 8,5 bilhões de euros, consolidando o setor como um dos pilares do turismo italiano.
Mas o que torna esse tipo de viagem tão atraente? Na Europa, campings e vilarejos turísticos funcionam como verdadeiros resorts a céu aberto. As estruturas oferecem uma grande variedade de acomodações, que vão desde as tradicionais áreas para barracas, trailers e motorhomes (as chamadas piazzole) até mobile homes modernas e totalmente equipadas, bangalôs confortáveis e pequenas vilas com varandas privativas. Apesar de as piazzole representarem a maioria das unidades vendidas, as mobile homes são as que mais contribuem para o faturamento do setor, respondendo por mais da metade da receita total. Isso mostra que o público busca contato com a natureza, mas sem abrir mão de conforto, privacidade e tecnologia.
O perfil dos turistas também revela tendências interessantes. Os visitantes dinamarqueses são os que mais gastam por diária, enquanto os italianos são os que mais economizam. Em termos de permanência, os turistas dos Países Baixos lideram, logo à frente dos dinamarqueses e dos alemães, estes últimos ainda responsáveis pelo maior volume total de presenças.
Outro ponto de destaque é a crescente atenção a públicos com necessidades específicas. Com o envelhecimento rápido da população europeia, cresce a importância de estruturas acessíveis a idosos, famílias com crianças pequenas e pessoas com mobilidade reduzida. A sustentabilidade também ganhou espaço central nas discussões. A Crippaconcept, uma das líderes na produção de mobile homes, apresentou dados que estimam que cada unidade montada gera cerca de 780 kg de CO₂ por metro quadrado ao longo de sua fabricação. Considerando todo o ciclo de vida da estrutura, desde a produção até a desmontagem, o impacto chega a aproximadamente 1.100 kg de CO₂ equivalente por metro quadrado. A meta do setor é reduzir progressivamente esse impacto com inovações tecnológicas e materiais mais ecológicos.
Mas por que tudo isso interessa ao público ítalo-brasileiro? Para muitos descendentes de italianos no Brasil, o estilo de vida europeu é uma parte da identidade familiar, mesmo que apenas imaginada ou contada em histórias de avós e bisavós. O turismo open air na Itália não é apenas uma forma de viajar: é um ritual de convivência comunitária, uma celebração da vida simples e confortável ao ar livre, uma oportunidade de viver o conceito de slow living e de fortalecer vínculos familiares. Para quem busca reconexão com suas raízes culturais, conhecer esse tipo de experiência pode ser uma forma de entender hábitos e tradições ainda muito vivos na Itália contemporânea.
