qui. set 4th, 2025

Itália aposta em infraestrutura e logística para acelerar o crescimento: os Business Insights da Agência internacionalização das empresas italianas no exterior ICE.

Mesmo com uma previsão de crescimento do PIB ainda modesta para 2025 (+0,5%), a Itália vem apostando forte em obras, reformas e incentivos para atrair mais investidores estrangeiros e dar mais fôlego à economia. Essa visão aparece na edição de agosto do Business Insights from Italy, uma newsletter produzida pela The European House-Ambrosetti com apoio das principais instituições italianas e divulgada pela ICE – Agência para a promoção e a internacionalização das empresas italianas no exterior.

O relatório mostra que salários em alta e mais empregos estão ajudando a manter o consumo interno aquecido. Só no segundo trimestre de 2025, os salários cresceram 3,5% em relação ao ano passado e foram criados 93 mil novos postos de trabalho. A taxa de desemprego, por sua vez, caiu para 6,3%. No comércio exterior, as vendas para Estados Unidos, Suíça e Reino Unido subiram bastante e compensaram a queda para China, Turquia e Mercosul.

Um dos grandes motores dessa retomada é o Plano Nacional Complementar (PNC), que soma mais de 30 bilhões de euros em recursos para reforçar o PNRR. Até a metade de 2025, mais de 82% desses fundos já estavam comprometidos em mais de 4.200 projetos, muitos deles no Sul da Itália, voltados para ferrovias, escolas e digitalização de prefeituras.

A área de logística e infraestrutura também aparece como estratégica: em 2024, movimentou cerca de 95 bilhões de euros e empregou 1,1 milhão de pessoas. E as perspectivas são otimistas: até 2030, o setor deve crescer quase 4% ao ano, impulsionado por portos, interportos, investimentos ferroviários (160 bilhões de euros!) e a renovação da frota de transporte, com incentivos para a transição verde.

Outro atrativo é o regime fiscal especial para novos residentes, que oferece uma flat tax de 200 mil euros sobre rendimentos no exterior por 15 anos, além de isenções em heranças e patrimônio mantido fora da Itália e descontos de até 60% para quem decide transferir sua atividade profissional para lá.

No fim das contas, o que se vê é uma Itália que combina mais consumo interno, grandes projetos de infraestrutura e benefícios fiscais, uma receita que coloca o país no radar de quem pensa em investir, mesmo em um cenário global de desaceleração e incertezas.

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