ter. set 16th, 2025

Exportações italianas crescem 7,3% em julho, e América do Sul entra no radar do Made in Italy.

As exportações da Itália seguem em alta em 2025. Dados divulgados pelo Istat revelam que, em julho, o Made in Italy cresceu 7,3% em valor e 6,9% em volume na comparação anual, com impulso especialmente forte nos mercados fora da União Europeia (+9,9%). Nos primeiros sete meses do ano, o saldo geral mostra um avanço de 2,9% nas vendas externas.

O movimento confirma a vitalidade de alguns setores tradicionais da indústria italiana, que continuam a conquistar espaço no cenário global. Meios de transporte (excluídos os automóveis) dispararam com alta de 45,6%, seguidos por farmacêuticos e químicos (+28,5%), metais básicos (+7,0%) e alimentos, bebidas e tabaco (+6,1%), categorias em que a conexão com o mercado sul-americano é cada vez mais evidente.

Embora os Estados Unidos e a Ásia estejam entre os principais motores da expansão italiana, a América do Sul, e em especial o Brasil, vem ganhando relevância como mercado consumidor do Made in Italy.

No segmento de alimentos e bebidas, vinhos, massas, azeites e queijos italianos mantêm uma presença crescente nas gôndolas brasileiras. Segundo associações de importadores, o Brasil já figura entre os 20 maiores destinos mundiais da enogastronomia italiana, com destaque para São Paulo e Rio de Janeiro como polos de consumo.

Já no setor de moda e design, marcas italianas de luxo intensificaram investimentos no mercado brasileiro nos últimos anos, aproveitando uma classe média-alta que busca produtos de prestígio. Esse movimento acompanha a tendência sul-americana: Argentina, Chile e Colômbia também ampliaram as importações de bens de alto valor agregado, fortalecendo o papel da região como consumidor estratégico.

Do lado contrário, a Itália também importou mais em julho: +6,1% em valor, sendo o crescimento maior com países fora da União Europeia (+13,1%). Aqui, o Brasil tem peso relevante como fornecedor de commodities agrícolas (soja, café, carne) e minérios, confirmando uma relação comercial de complementaridade: a Itália exporta tecnologia, estilo e produtos de alto valor; o Brasil vende matérias-primas e alimentos de base.

Nos sete primeiros meses de 2025, o desempenho positivo da exportação italiana contrasta com quedas em setores como automóveis (-9,7%) e produtos petrolíferos refinados (-18,8%). O sinal é claro: a indústria italiana aposta cada vez mais em nichos de excelência, da farmácia à gastronomia, enquanto estreita relações com mercados em crescimento, entre eles a América do Sul.

Para consumidores brasileiros, isso significa mais acesso a rótulos de vinho premiados, moda de grife e até tecnologia naval italiana. Para produtores brasileiros, reforça a importância de manter canais abertos de exportação de grãos e carnes rumo à Europa.

O Made in Italy se reinventa, mas mantém seu Dna: unir tradição e inovação para conquistar o mundo, e o Brasil está nessa rota.

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