“Nenhum empresário que opere fora das fronteiras nacionais deve se sentir abandonado, isolado ou distante da pátria.” Foi com essa afirmação que o ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, abriu em Milão a Conferência Nacional do Export e da Internacionalização das Empresas, colocando o apoio às empresas no exterior no centro da política externa italiana.
Segundo Tajani, o export continua sendo uma das principais forças por trás do crescimento da economia italiana. Em 2025, as exportações cresceram 3,5%, um ritmo superior ao da Alemanha e da França. Entre janeiro e outubro, a Itália exportou 537,5 bilhões de euros, com aumento de 3,4% em relação ao mesmo período do ano anterior. Mesmo diante das tensões internacionais e dos efeitos dos dazi, as vendas para os Estados Unidos cresceram 9,1%, em clara contracorrente em relação a outros países europeus.
Esses resultados sustentam um objetivo ambicioso, mas considerado alcançável pelo governo italiano: atingir 700 bilhões de euros em exportações até o final de 2027. Entre os mercados que mais contribuíram para o desempenho recente estão Suíça, Espanha, Estados Unidos, Índia e França.
O plano para os próximos anos prevê a continuidade do apoio tanto aos setores tradicionais do export italiano — como farmacêutica, maquinário, automotivo, moda e agroalimentar — quanto a áreas mais inovadoras, incluindo espaço, biotecnologias e infraestrutura. Tajani destacou também a intenção de reforçar a presença italiana em áreas de forte potencial de crescimento, como os países da Asean, China, Japão, América Latina, México e os países do Mercosul.
Nesse contexto, a Farnesina passará por uma reorganização estrutural. A partir do próximo ano, o ministério terá uma “cabeça política” e uma “cabeça econômica”, com peso equivalente. O comércio internacional, a política econômica e a promoção do crescimento fora da Itália deixam de ser um elemento acessório e passam a integrar de forma essencial a política externa do país.
Um dos pilares dessa mudança será a criação de uma Direção-Geral dedicada ao crescimento, pensada como ponto de referência para as empresas italianas. Embaixadas, consulados e institutos italianos de cultura no exterior deverão atuar como plataformas de apoio à internacionalização, com o objetivo declarado de garantir que nenhuma empresa italiana se sinta sozinha ao operar fora do país.
Export italiano: governo promete não deixar nenhuma empresa para trás no mundo e mantem meta dos €700 bilhões

