A economia italiana registrou uma leve contração de 0,1% no Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre de 2025, na comparação com o trimestre anterior. O resultado, divulgado nesta quarta-feira (30) pelo Instituto Nacional de Estatística (Istat), foi principalmente impactado por uma queda nas exportações, revelando a vulnerabilidade do país às dinâmicas do comércio internacional.
Embora o PIB tenha mostrado um aumento de 0,4% em relação ao segundo trimestre do ano passado, a retração trimestral acende um alerta. No primeiro trimestre de 2025, a Itália havia apresentado uma expansão de 0,3% em relação ao trimestre anterior e de 0,7% na comparação anual.
Queda puxada por exportações e setores produtivos
Segundo o Istat, a retração reflete uma redução nos setores de agricultura, silvicultura e pesca, bem como na industrial, enquanto os serviços permaneceram praticamente estáveis . Do lado da demanda, a economia doméstica continuou a crescer modestamente, mas foi a queda nas exportações que pesou sobre os resultados .
Especialistas atribuem esse cenário ao aumento da incerteza comercial global, especialmente em meio às tensões tarifárias entre os Estados Unidos e a União Europeia. Segundo a Istat, esse ambiente adverso tem prejudicado o componente externo da demanda .
Cenários e projeções permanecem otimistas
Apesar da queda do segundo trimestre, o Istat manteve sua projeção de crescimento de 0,5% para o PIB em 2025, alinhada com as estimativas do Fundo Monetário Internacional. O governo da premiê Giorgia Meloni, por sua vez, espera uma expansão de 0,6% para 2025 .
A Banca d’Italia projeta um crescimento ainda maior em 2026, de 0,8%, com os investimentos acelerando e o consumo privado se mantendo estável, embora pressionado por maior cautela nas despesas .
Panorama econômico consolidado
No primeiro trimestre de 2025, a economia italiana havia registrado alta de 0,3% em relação ao trimestre anterior e de 0,7% ante o mesmo período de 2024 — mostrando um início de ano mais promissor do que o período seguinte .
Para o ano, a demanda interna — especialmente os gastos das famílias e o emprego — continua sendo o principal motor de crescimento, enquanto a queda das exportações e a sensação de incerteza global representam a maior ameaça ao ciclo econômico .