Sob o sol quente dos anos 70, nas praias douradas do Adriático, na Itália, nasceu um novo jogo que conquistaria o mundo. Em Ravenna, Gianni Bellettini e um grupo de amigos tiveram a ideia de unir a técnica do tênis com a leveza do vôlei de praia. Bastaram algumas raquetes de madeira, uma bola leve e muita vontade de se divertir: assim surgiu o beach tennis, para a curiosidade e o entusiasmo dos banhistas.
No início era apenas uma brincadeira entre amigos, uma forma simples de compartilhar risadas e aproveitar o sol na areia. Mas rapidamente o jogo se transformou em um verdadeiro esporte, com torneios locais e regionais que atraíam cada vez mais participantes. Com o tempo, a necessidade de regras oficiais levou à criação de associações nacionais e à difusão do beach tennis para além das fronteiras italianas.
O passo decisivo veio em 2008, quando a Federação Internacional de Tênis (ITF) reconheceu oficialmente a modalidade. A partir daí, o beach tennis tornou-se protagonista em competições globais como os Campeonatos Mundiais e a Beach Tennis World Cup, reunindo atletas de altíssimo nível e fãs de todos os continentes.
As regras do jogo
O charme do beach tennis está na sua simplicidade: a bola não pode tocar o chão. A contagem de pontos segue o mesmo sistema do tênis tradicional, mas a quadra mede 8 metros por 16, dimensões que tornam o jogo rápido, intenso e cheio de lances espetaculares. As raquetes, leves e perfuradas para garantir agilidade, pesam cerca de 300 gramas e já se tornaram um símbolo do esporte.
O boom no Brasil
Se a Itália foi o berço do beach tennis, o Brasil tornou-se o seu reino. Com praias infinitas, de Copacabana a Ipanema, passando por Fortaleza e Florianópolis, o país transformou esse esporte em um fenômeno cultural e social.
Segundo dados da Confederação Brasileira de Tênis (CBT), o Brasil é hoje a nação com o maior número de praticantes no mundo: são mais de 500 mil jogadores ativos e mais de 5.000 quadras oficiais espalhadas pelo território. São Paulo e Rio de Janeiro recebem torneios internacionais que atraem os melhores atletas do circuito, e muitos dos campeões mundiais mais renomados são justamente brasileiros, como Vini Font e Nini Valentini no masculino, ou estrelas como Samantha Barijan e Giulia Gasparri nas categorias femininas.
No Brasil, o beach tennis não é apenas competição: é estilo de vida. Virou parte da rotina urbana, com quadras montadas em parques públicos e academias especializadas nas grandes cidades. O clima tropical favorece a prática constante, transformando o país em um verdadeiro laboratório de evolução técnica e tática do esporte.
Um esporte global
Hoje o beach tennis é praticado por milhões de pessoas na Europa, América Latina, Estados Unidos e Japão. A cada ano crescem as federações, o número de praticantes e a quantidade de torneios profissionais e amadores. É um esporte dinâmico, inclusivo e vibrante, que une paixão esportiva e convivência social sob o sol.
Seja na Itália, onde tudo começou, ou no Brasil, coração pulsante de sua expansão mundial, as quadras de beach tennis estão de braços abertos para recebê-lo. A areia já está pronta, as raquetes também: agora só falta a próxima partida.



