No dia 10 de dezembro de 2025, Roma viverá um daqueles momentos que marcam uma era. Depois de anos de escavações, descobertas arqueológicas, atrasos e soluções tecnológicas testadas sob a superfície mais preciosa do mundo, finalmente abrirá a estação Colosseo/Fori Imperiali da Linha C do metrô. Uma porta subterrânea que não se limita a conectar dois pontos da cidade: é uma nova forma de atravessar a história.
A nova estação se estende sob a Via dei Fori Imperiali, com acessos pensados para dialogar com a paisagem monumental. De um lado, a Piazza del Colosseo recebe quem chega com a vista imediata do anfiteatro; do outro, o Largo Gaetana Agnesi funciona como uma entrada mais discreta, quase um limiar silencioso para o subsolo.
Descer para o mezanino não significa entrar em uma estação comum. Aqui, a arquitetura foi projetada como um percurso narrativo: paredes que revelam camadas da cidade, espaços que se abrem como salas expositivas, achados arqueológicos mantidos no próprio local onde foram encontrados. Cinco áreas museológicas contarão o que estava escondido sob nossos pés: restos da antiga Velia, vestígios de moradias da época imperial, segmentos de urbanização romana. Uma estação-museu, uma experiência suspensa entre mobilidade contemporânea e memória milenar.
Com essa inauguração, a Linha C chega pela primeira vez ao coração simbólico de Roma e se conecta diretamente com a Linha B. Não é apenas uma extensão: é a entrada da terceira linha no sistema metropolitano real da cidade, tornando os deslocamentos mais rápidos e lógicos — tanto para quem vive Roma diariamente quanto para quem a visita.
A obra foi uma das mais delicadas da história recente da cidade. Cada metro escavado era uma descoberta em potencial, um artefato a ser preservado, um desafio de engenharia. Mas o resultado é uma estrutura que não esconde o passado: integra, expõe e valoriza. Não apenas uma estação, mas um lugar que mostra como Roma pode evoluir sem trair a própria essência.
No dia 10 de dezembro não abrirá apenas uma nova estação: abrirá uma nova forma de imaginar a cidade. Uma Roma mais acessível, mais integrada, mais respeitosa com seu patrimônio — e, ao mesmo tempo, mais preparada para acolher moradores e viajantes no coração de sua história.

