Há sessenta e cinco anos o Aeroporto de Roma-Fiumicino “Leonardo da Vinci” abria oficialmente suas portas. Era o auge do boom econômico italiano, e o país se preparava para os Jogos Olímpicos de Roma: a Itália mostrava ao mundo um novo rosto: moderno, tecnológico e cheio de ambição. Fiumicino nascia como símbolo dessa renovação, destinado a se tornar a principal porta de entrada da Itália para o mundo.
Projetado por Riccardo Morandi, Andrea Zavatteri, Amedeo Luccichenti e Vincenzo Monaco, o aeroporto representava um marco de engenharia e visão arquitetônica. Durante as obras, escavações revelaram os destroços de antigas embarcações romanas — um achado quase poético, como se o antigo porto imperial de Cláudio e Trajano passasse o bastão ao novo porto dos céus.
Nas décadas de 1960 e 1970, o aeroporto cresceu junto com o país. Novas pistas acolheram os grandes jatos intercontinentais, o tráfego aéreo explodiu e Fiumicino rapidamente se tornou um hub internacional. Hoje, sob a gestão da Aeroporti di Roma, o “Leonardo da Vinci” é considerado um dos melhores aeroportos da Europa em qualidade de serviços e inovação. O Terminal 1 abriga um Innovation Hub, vitrine da excelência tecnológica italiana, enquanto todo o complexo é referência em sustentabilidade e digitalização.
Mas Fiumicino não é apenas uma infraestrutura: é um lugar de histórias, encontros e rostos. Ao longo dos anos, foi palco de milhares de chegadas memoráveis. Das divas do cinema que desembarcavam nos anos 1960, envoltas em lenços e óculos escuros, aos atores de Hollywood, músicos e chefes de Estado que passaram diante dos flashes dos fotógrafos — o aeroporto romano sempre foi uma passarela internacional.
Nos arquivos fotográficos ainda brilham imagens em preto e branco de Sophia Loren, Liz Taylor, Richard Burton, Audrey Hepburn e Marcello Mastroianni: ícones que transformaram Fiumicino em um cenário glamouroso digno de Cinecittà.
O aeroporto dia 31 de outubro celebrou seus 65 anos com a presença do Presidente da República, Sergio Mattarella, mantendo o mesmo espírito com que nasceu: inovar, acolher e conectar. Desde 1960, mais de três bilhões de passageiros já cruzaram seus terminais em busca de novas vidas, aventuras e reencontros. Cada decolagem e cada pouso contam um pedaço da história coletiva.
Fiumicino é mais do que um aeroporto: é uma narrativa viva da Itália em transformação, do desejo de partir e voltar, do futuro que continua a decolar de Roma rumo ao mundo.

