Uma descoberta arqueológica recente em Pompeia vem encantando os apaixonados pela história romana. Durante escavações na famosa Villa dos Mistérios, no Parque Arqueológico, foi encontrada uma panchina (banquinho
de espera) posicionada diante do portão principal da residência.
Essa espécie de banco público não era um simples mobiliário: ali se sentavam clientes, trabalhadores e viajantes que aguardavam a chance de falar com o poderoso dono da casa. Era parte da tradição da salutatio, ritual matinal em que romanos de menor posição social pediam favores em troca de apoio político. Quanto mais gente na fila, maior era o prestígio da família.
O mais curioso é imaginar a cena: horas de espera, sem garantia de audiência, e alguns aproveitando para rabiscar nas paredes com carvão ou objetos pontiagudos. Segundo Gabriel Zuchtriegel, diretor do Parque Arqueológico de Pompeia, é “o outro lado” da grandiosidade das salas decoradas com afrescos dionisíacos, ainda hoje visitadas por milhares de turistas.
Pompeia, importante centro comercial da Antiguidade, foi soterrada pela erupção do Vesúvio em 79 d.C. e preservada sob cinzas durante séculos. Redescoberta no século XVIII, tornou-se hoje um dos sítios arqueológicos mais visitados do mundo, com milhões de visitantes por ano. Caminhar pelas ruas de pedra, ver as casas com mosaicos intactos, os afrescos coloridos e até mesmo as formas das vítimas moldadas pelas cinzas é como viajar no tempo.
Essa nova descoberta é mais um lembrete de como a vida cotidiana romana unia poder, fé e convivência social. E de como Pompeia continua a revelar histórias que atravessam os séculos, trazendo à tona não só a glória dos palácios e dos afrescos, mas também a simplicidade de um banco onde pessoas comuns sonhavam com oportunidades.
