ter. out 7th, 2025

A história da Settimana della Cucina Regionale Italiana em SP: de uma ideia espontânea a um evento símbolo dos descendentes

Tudo começou em 2012 com uma ideia espontânea e simples, mas visionária. Levar à mesa paulistana a alma da culinária italiana, não como um todo, com o risco de se perder em estereótipos, mas através da força e da consistência das tradições das diferentes regiões da Itália. Cada uma com sua característica territorial – dos ingredientes ao preparo com métodos diferenciados – mostrando uma riqueza que muitas vezes é desconhecida no exterior. Até mesmo por quem se acha entendido no assunto.

Nasce assim, no Istituto Italiano di Cultura de São Paulo, um projeto poderoso que logo se transformaria em realidade para a metrópole mais italiana do mundo: a Settimana della Cucina Regionale Italiana (Semana da Cozinha Regional Italiana). Uma celebração que uniria tradição, cultura e afeto, transformando-se, com o tempo, em um dos eventos gastronômicos mais aguardados do Brasil.

A primeira edição reuniu 12 chefs, 12 restaurantes e 12 regiões, cada um trazendo consigo um pedaço de sua terra natal, receita ou a lembrança das familias que cozinham unidas com o coração. O público se apaixonou tanto à primeira garfada que já no ano seguinte, o evento cresceu para abranger as 20 regiões da Itália, consolidando uma fórmula que se tornaria sua marca registrada: 20 regiões, 20 chefs, 20 restaurantes.

Desde então, a Settimana se tornou muito mais do que uma vitrine culinária. Ela é uma viagem sensorial pelas memórias de um país que transformou o ato de cozinhar em arte. A cada outubro, São Paulo se converte em um mosaico de sabores italianos, onde cada prato conta uma história. Em cada edição, o público reencontra algo essencial: a ideia de que cozinhar é cuidar, preservar a tradição e, ao mesmo tempo, reinventá-la. É o gesto de quem mistura ingredientes como quem mistura lembranças. 
E assim, de mesa em mesa, de história em história, a Settimana della Cucina Regionale Italiana segue crescendo, com alma, poesia e o sabor eterno da Itália.

Com o tempo, a iniciativa inspirou o mundo. Em 2016, o sucesso paulista deu origem à Settimana della Cucina Italiana nel Mondo, promovida pelo Ministério do Exterior da Itália, espalhando o mesmo espírito para dezenas de países, do Japão à Argentina, do Canadá à África do Sul.

Mas há uma diferença importante entre as duas. Enquanto a Settimana della Cucina Italiana nel Mondo busca celebrar a gastronomia italiana de forma ampla, reunindo instituições, universidades e restaurantes italianos em todo o planeta, a Settimana della Cucina Regionale Italiana de São Paulo nasceu e permanece enraizada na cidade que é, de certo modo, a capital mundial dos italianos fora da Itália, graças aos mais de 15 milhões de ítalo-descendentes que vivem no Estado de São Paulo, o que faz dessa metrópole o território mais “italiano” fora da península e um verdadeiro laboratório cultural onde tradições, sotaques e receitas continuam a evoluir.

Outra curiosidade que cerca a Settimana é que muitos restaurantes brasileiros criaram menus permanentes inspirados nas edições passadas, perpetuando sabores que antes só duravam uma semana. E há também os encontros que viram novos laços entre chefs que se conhecem em São Paulo e depois colaboram em projetos conjuntos na Itália, fortalecendo uma ponte feita de farinha, azeite, vinho e amizade.

Hoje, quando o mundo olha para a candidatura da cucina italiana a Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO – cujo resultado é esperado até o fim deste ano – a Settimana ganha um novo significado, para o chef Massimo Ferrari, padrinho da Settimana deste ano o reconhecimento deveria ter acontecido há muito tempo. “A Itália tem todos os predicados com a sua como uma casa, de território, de região e merece, é de fato um patrimônio da humanidade sem dúvida” perfeito grátis em mim até luli chulo é sola chula o esta”.

O chef Antonio Maiolica comentou que “é uma das coisas mais legais que pode acontecer porque a gente espera por isso faz tempo na verdade,a pizza foi reconhecida faz alguns anos como bem imaterial da UNESCO e agora a gastronomia italiana. Eu viajei o mundo inteiro e tenho muito respeito por todas as comidas, mas a nossa comida, a comida italiana é a melhor que tem para mim. Sou apaixonado pela comida brasileira, morrei no México, viajei bastante, mas os ingrediente que a gente tem na Itália não achei até hoje no lugar do mundo

Ela se transforma em símbolo vivo dessa candidatura: um lembrete de que a culinária italiana é muito mais do que uma soma de pratos. é linguagem, identidade, cultura e memória compartilhada.

Compartilhar:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *