qui. dez 25th, 2025

A nova era da “Dolce Vita”: O que muda no acesso aos tesouros de Roma em 2026

A partir de 1º de fevereiro, a capital italiana muda as regras do jogo. Entre novos ingressos para turistas e passes livres ampliados para moradores, entenda como visitar os museus e vilas imperiais da Cidade Eterna.

Roma está passando por uma das maiores reestruturações de sua política cultural da última década. Embora os holofotes estejam voltados para a nova taxa de acesso à Fontana di Trevi, uma mudança muito mais profunda ocorre nos bastidores dos museus e sítios arqueológicos sob a jurisdição do Capitólio.

Para os turistas, o calendário de 2026 traz uma nova realidade financeira. Cinco museus que anteriormente eram “refúgios gratuitos” de alta qualidade passarão a cobrar ingressos. Se você planeja visitar o Museu Napoleônico (com seu acervo fascinante da família Bonaparte) ou o Museu Carlo Bilotti, na Villa Borghese, precisará incluir essas entradas no orçamento.

A mudança também atinge a Villa de Maxêncio, um dos complexos arqueológicos mais espetaculares da Via Ápia. Localizado entre o túmulo de Cecília Metela e as Catacumbas de São Sebastião, o local abriga um circo romano quase intacto, que agora deixa de ser uma parada livre para se tornar um destino tarifado.

Se para o turista o cinto aperta, para quem vive na Cidade Metropolitana de Roma, o horizonte se expande. A prefeitura decidiu converter doze dos mais importantes endereços culturais da cidade em locais de livre acesso permanente para os locais.

Isso significa que o morador poderá entrar nos Museus Capitolinos, o museu público mais antigo do mundo, ou admirar os Mercados de Trajano sem desembolsar um euro pela coleção permanente. É um movimento político claro: devolver a cidade aos romanos, incentivando que eles ocupem os espaços ocupados diariamente por multidões de visitantes.

Para quem vive ou estuda em Roma, a verdadeira “chave da cidade” atende pelo nome de MIC Card. Por um investimento simbólico de 5 euros por ano, o portador ganha um status privilegiado:

  • Entrada Imediata: Acesso ilimitado e sem as filas convencionais nos museus cívicos.
  • Fura-Fila na Trevi: O cartão garante o acesso gratuito à bacia da fonte sem a necessidade de novos bilhetes.
  • Descontos: Preços reduzidos para grandes exposições no Palazzo Braschi ou no Ara Pacis.

Mesmo com a nova onda de cobranças, Roma mantém alguns bastiões de acesso democrático para todos (turistas e residentes). Locais como o Museu das Muralhas, que permite caminhar por dentro das fortificações de Aureliano, e o Museu Casal de’ Pazzi (focado na pré-história romana) permanecem com as catracas abertas.

Para gerenciar esse novo ecossistema, a Superintendência Capitolina e a Superintendência Especial de Arqueologia, Belas Artes e Paisagem de Roma estão instalando terminais de pagamento SmartPOS em pontos estratégicos e lançando uma plataforma digital unificada. O objetivo é reduzir o manuseio de dinheiro em espécie e criar um fluxo de dados que permita à prefeitura entender, em tempo real, onde os visitantes estão e como estão consumindo a cultura romana.

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