seg. dez 22nd, 2025

Ricciarelli de Siena: o Natal antes do Natal, o primeiro doce italiano com IGP

Antes dos grandes bolos natalinos, Siena celebrava o Natal com o aroma das amêndoas. Os Ricciarelli nasceram assim: doces antigos, macios por dentro, claros por fora, capazes de atravessar séculos sem perder identidade. Não são apenas um doce típico, mas um símbolo profundo da cultura senesa e o primeiro doce italiano a receber a certificação IGP.

Segundo a tradição, teriam sido trazidos do Oriente por Ricciardetto della Gherardesca, cavaleiro medieval que retornou das Cruzadas. Inspirados nos doces de marzipã árabes, receberam esse nome tanto pela forma curva, semelhante às babuchas orientais, quanto pelo próprio nome do cavaleiro. Uma história onde viagem, lenda e gastronomia se misturam.

Documentos históricos confirmam sua presença desde o século XV, quando eram conhecidos como marzapanetti ou pequenos “morsos” doces servidos em banquetes nobres. A receita moderna foi consolidada no século XIX e, em 2010, os Ricciarelli de Siena tornaram-se o primeiro doce italiano com selo IGP, protegendo método, origem e identidade.

Tradicionalmente preparados em conventos e antigas farmácias, os Ricciarelli seguem um processo preciso. Amêndoas, açúcar e clara de ovo formam a base, enriquecida com aromas naturais e casca de laranja. Após o descanso da massa, os biscoitos são moldados, cobertos com açúcar de confeiteiro e assados rapidamente, mantendo o interior macio.

Um doce simples apenas na aparência, que continua indispensável no Natal de Siena.

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