E se um dos azeites mais intensos e reconhecidos do mundo tivesse nascido de uma única árvore? Não de uma ideia abstrata, mas de uma planta real, viva, milenar. Em Corato, no norte da província de Bari, isso é realidade. Ali existe a oliveira-mãe da cultivar Coratina, símbolo absoluto da Puglia.
Aqui o azeite não se explica apenas pelo sabor. Antes da degustação, entram em cena todos os sentidos: o brilho prateado das folhas, o tronco moldado pelo tempo, o silêncio do campo, o cheiro da terra molhada antes da colheita. Para compreender um verdadeiro extravirgem, é preciso conhecer a árvore que o origina. E em Corato, tudo começa com essa oliveira ancestral.
A Coratina é hoje o coração agrícola e identitário da cidade. Mais de um milhão de oliveiras cobrem o território e remetem, simbolicamente, àquela árvore gigante, com quase oito metros de circunferência, que ainda produz frutos. As primeiras referências oficiais datam de 1883, quando o professor Girolamo Caruso a menciona em sua obra Dell’olivo. Naquele tempo, importava mais a produtividade do que a identidade. O caráter da cultivar seria reconhecido apenas décadas depois.
Atualmente, a Coratina é cultivada em mais de vinte e cinco países, mas é no norte da província de Bari que ela reina absoluta. O azeite é intenso, amargo e picante, rico em polifenóis e antioxidantes, reflexo direto de uma terra forte e luminosa.
A oliveira-mãe, conhecida como o “Gigante de Corato”, ainda produz cerca de duzentos quilos de azeitonas por ano. Protegida pela família D’Imperio e localizada ao longo da antiga Via Traiana romana, permanece acessível a todos. Dela nasce também o projeto Corato Cultivar Belleza, que une agricultura, cultura e turismo para promover a cidade no mundo.
Corato vive sob as copas dessa oliveira milenar. Um símbolo vivo que continua gerando azeite, identidade e futuro. Um ouro verde que nasce do tempo, da terra e da memória.

