A nova edição da tradicional classificação de qualidade de vida elaborada pelo jornal Il Sole 24 Ore coloca novamente o Norte da Itália no topo. Em 2025, Trento conquista o primeiro lugar, seguida por Bolzano e Udine, confirmando uma tendência histórica: nas regiões alpinas e setentrionais, organização urbana, serviços eficientes e um forte tecido social continuam a oferecer padrões de vida superiores ao restante do país. E, mesmo com avanços importantes em várias áreas do Mezzogiorno, o Sul segue distante das primeiras posições.
A top ten é dominada integralmente por cidades do Norte. Depois de Trento, Bolzano e Udine, aparecem Bologna, Bergamo, Treviso, Verona, Milano, Padova e Parma. E não é apenas o topo: até a 20ª posição, quase todos os capoluoghi são setentrionais, incluindo Forlì-Cesena, Modena, Aosta, Cremona, Lecco, Monza-Brianza, Trieste, Vicenza, Ravenna e Reggio Emilia. A primeira cidade não-nortenha é Siena, em 21º lugar. Já a primeira cidade do Sul é Bari, somente na 67ª colocação.
Do outro lado da tabela, o quadro é mais difícil. Benevento, Catania, Palermo e Napoli permanecem nas últimas posições, enquanto Reggio Calabria fecha o ranking nacional, estável no 107º lugar. Especialistas lembram que, em 36 edições da pesquisa, essa divisão geográfica nunca deixou de existir, apesar do clima favorável, do custo de vida mais acessível e dos maiores investimentos destinados ao Sul. As últimas 22 colocadas continuam sendo províncias meridionais.
Como funciona o ranking do Il Sole 24 Ore
A força desta classificação está na amplitude e confiabilidade dos critérios. São analisados 90 indicadores diferentes, divididos em seis grandes áreas temáticas: riqueza e consumo, negócios e trabalho, ambiente e serviços, demografia, sociedade e saúde, justiça e segurança, cultura e tempo livre. Para cada parâmetro é atribuído um valor de zero a mil pontos, de acordo com um “senso de leitura” positivo ou negativo que mede o impacto real sobre o bem-estar.
Todos os dados são oficialmente certificados e fornecidos por instituições como Istat, Inps, Banca d’Italia, Ministério do Interior, Ministério da Justiça e diversos institutos de pesquisa, além de organizações que realizam monitoramentos reconhecidos. Nenhum indicador se baseia em sondagens ou percepções subjetivas.
O jornal classifica as cidades dentro de cada macroárea e depois calcula uma média geral, o que permite identificar tanto os territórios mais equilibrados quanto aqueles que se destacam – ou sofrem – em setores específicos. Assim, a lista final não é apenas um ranking, mas um verdadeiro retrato socioeconômico do país.
A edição de 2025 confirma tendências conhecidas, mas evidencia um ponto crucial: enquanto o Norte segue avançando, o desafio para o Sul continua enorme. E, para quem observa a Itália de fora – especialmente do Brasil – esta fotografia ajuda a compreender melhor as diferenças internas de um país admirado por sua cultura, beleza e qualidade de vida, mas que ainda busca reduzir desigualdades profundas dentro de suas próprias fronteiras.
Qualidade de vida na Itália 2025: Norte continua dominando o ranking do Il Sole 24 Ore

