Há algo profundo acontecendo na Itália. Algo que não aparece nos cartões-postais das cidades históricas nem nos discursos oficiais.
É um silêncio. O silêncio de uma geração que está sumindo e que, quando não desaparece, é deixada para trás.
Hoje, a Itália tem um dos maiores índices de jovens NEET de toda a Europa.
Mas antes de falar em números, pense em vidas: meninos e meninas que não estudam, não trabalham, não têm um caminho definido… e muitas vezes não têm sequer a esperança de encontrá-lo.
NEET significa “Not in Education, Employment or Training”.
Mas o que realmente quer dizer é: um jovem parado, suspenso, perdido, um jovem que não encontra o próprio futuro.
E na Itália eles são muitos mais de 15% dos jovens entre 15 e 29 anos.
Percentuais que, quando se transformam em rostos, contam histórias de frustração, rinuncia e sonhos congelados.
Por que tantos jovens estão assim?
A resposta é complexa e dolorosa. Um país que envelhece e que não consegue mais proteger seus filhos.
A Itália está ficando cada ano mais velha, os jovens são cada vez menos, quase uma espécie rara.
E, paradoxalmente, justamente esses poucos são os mais esquecidos pelas politiche, pelo mercado de trabalho, pelas oportunidades que não chegam.
Um mercado de trabalho que parece uma porta fechada
Para muitos jovens italianos, entrar no mercado laboral é como tentar empurrar uma porta pesada, que só abre para alguns.
Os que têm menos qualificações, ou che vengono dal Sud, sentem ainda mais forte o peso dessa porta que muitas vezes nem se move.
No Mezzogiorno, o futuro parece ainda mais distante.
As jovens mulheres, sobretudo, carregam uma carga dupla: menos oportunidades, mais expectativas sociais.
E muitas acabam desistindo antes mesmo de começar.
Especialistas como Alessandro Rosina alertam que estamos diante de um desperdício imenso de capital humano.
Mas, além disso, o que vemos é uma ferida emocional coletiva: uma geração que deveria construir inovação, progresso, transformação e que, em vez disso, luta para não desaparecer das estatísticas.
Essa geração está gritando mas muitas vezes ninguém escuta.
O peso de um país que envelhece rápido demais
Enquanto os jovens somem, a idade média da Itália sobe sem parar.
As ruas estão cheias de história mas vazias de futuro e, se nada mudar, a Itália corre o risco de se tornar um país que celebra seu passado…
e perde sua esperança de amanhã.
Este não é apenas um problema econômico, é um chamado humano.
Falar sobre NEETs é falar sobre jovens que precisam de direção, de oportunidades, de alguém que acredite neles.
É falar sobre um país que precisa, urgentemente, reabraçar seus próprios filhos.
Porque um país sem jovens não é apenas um país velho.
É um país sem futuro.


Nossa que triste! Precisa mudar isso rápido!