sex. nov 21st, 2025

Prosciutto di Parma vence disputa no Brasil. Justiça reconhece uso indevido e protege o verdadeiro presunto de imitações

O presunto cru de Parma, um dos símbolos máximos da gastronomia italiana, acaba de conquistar no Brasil uma vitória decisiva na sua luta global contra falsificações e usos indevidos do nome.

O Consorzio del Prosciutto di Parma obteve uma sentença favorável da Justiça contra uma empresa brasileira que havia registrado a marca “Parman” para produtos à base de carne e fazia uso de referências diretas ao nome “Parma”.

A sentença reconheceu o uso indevido da denominação, determinou indenização e obrigou a empresa a renunciar às marcas registradas e a não solicitar novas versões semelhantes no futuro. Um resultado particularmente relevante no Brasil, onde a proteção da denominação ainda enfrenta obstáculos regulatórios.

Num mercado global em que produtos “tipo Parma” se multiplicam, o Consorzio reforça a proteção internacional da sua preciosa DOP (Denominação de Origem Protegida), garantindo que apenas o verdadeiro presunto produzido nas colinas da Emilia-Romagna possa chegar ao consumidor com esse nome.

Para o público brasileiro, cada vez mais interessado em alimentos premium e produtos DOP/DOC, a decisão representa um marco. Ela assegura maior proteção contra imitações e abre caminho para uma identificação mais clara do verdadeiro Prosciutto di Parma, cuja reputação mundial se baseia em autenticidade, tradição e rigor produtivo.

Essas batalhas não são apenas jurídicas: são culturais. O Prosciutto di Parma carrega mais de dois mil anos de história, técnicas artesanais transmitidas de geração em geração e um território único, onde clima, tradição e savoir-faire se combinam para criar um produto inimitável. Para a Itália, defender a DOP é preservar um patrimônio vivo. Para consumidores do mundo inteiro, é garantir autenticidade.

A vitória é ainda mais estratégica no contexto das negociações do acordo UE-Mercosul, que prevê proteção integral ao Prosciutto di Parma no bloco sul-americano. No Brasil, essa proteção plena entrará em vigor sete anos após a ratificação.

Com o avanço dos acordos comerciais e o fortalecimento da fiscalização internacional, o Consorzio promete seguir vigilante. Porque, quando se fala em Parma, não se fala apenas de um presunto. Fala-se de identidade, qualidade e de uma herança gastronômica que a Itália defende com orgulho em cada tribunal do mundo.

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