Bolzano desiste da taxa para cães após forte reação pública e política

Vocês lembram do artigo que publicamos em setembro sobre a polêmica taxa para cães na província de Bolzano? Aquele projeto que previa 100 euros por ano para cada cachorro residente e 1,50 euro por dia para pets de turistas, transformando os animais em uma espécie de “hóspede pagante”? Pois bem: a medida acaba de ser cancelada.

O assessor provincial Luis Walcher, da Südtiroler Volkspartei, retirou oficialmente o projeto de lei depois de semanas de críticas, não apenas da população, mas também de aliados da própria coalizão. Fratelli d’Italia e Lega se posicionaram contra a proposta, alegando excesso de burocracia e risco de penalizar injustamente famílias e visitantes.

Com isso, a taxa desaparece da agenda política, mas permanece em vigor uma regra já existente: o teste de DNA obrigatório para cães. A ideia é identificar, por análise genética, os tutores que não recolhem os dejetos nas ruas. Uma solução que, segundo as autoridades locais, continua essencial para manter a limpeza urbana sem recorrer a novas taxas.

A polêmica levantou um debate mais amplo: até onde cidades e regiões europeias podem ir na tentativa de combater a incivilidade urbana? Países como Alemanha e Suíça já têm taxas consolidadas há anos, enquanto na Itália medidas desse tipo costumam provocar reações intensas.

A retirada da proposta mostra que, pelo menos por agora, Bolzano prefere evitar um confronto direto com moradores e turistas. Mas o problema de fundo – limpeza, convivência e responsabilidade pública – continua aberto.
Resta saber se novas soluções virão sem tocar novamente no bolso dos donos de pets.