A Comprovação de Seu Martírio
A coragem silenciosa do padre Nazareno Lanciotti ganhou novo significado nesta segunda-feira, 14 de agosto, quando o Papa Francisco autorizou o reconhecimento oficial de seu martírio. Essa decisão do Vaticano, anunciada pela Santa Sé, confirma que o sacerdote italiano foi morto por causa de sua fé, abrindo assim as portas para sua tão esperada beatificação.
Uma Vida de Fé e Resistência
Nascido em Roma, em 1940, Lanciotti chegou ao Brasil na década de 1970, escolhendo o oeste do Mato Grosso como sua terra de missão. Na cidade de Jauru, ele se tornou uma presença incômoda para aqueles que se beneficiavam da desigualdade. Fundou um asilo e assumiu uma postura firme contra a violência de fazendeiros e o tráfico de drogas, sempre adotando uma voz de resistência ao invés de confronto.
O Legado de Lanciotti
Em um momento de grande tensão, chegou a se ajoelhar diante de um conflito por terras, buscando evitar um banho de sangue. Infelizmente, em 11 de fevereiro de 2001, enquanto compartilhava uma refeição com amigos, Lanciotti foi atingido por um disparo à queima-roupa. Os assassinos encapuzados fugiram, deixando para trás um testemunho de fé e coragem. Ele confidenciou que o ataque tinha motivações claras, pois sua atuação incomodava os “negócios” locais. Sua morte, dias depois, é agora reconhecida como consequência direta de sua vivência evangélica, reforçando a importância de seu legado. Mais do que um rito, esse reconhecimento destaca o exemplo de alguém que viveu com os pés na terra e o coração no evangelho — mesmo quando isso custou sua própria vida.