Smart City, Bologna supera Milão: è a nova campeã em inteligência urbana 2025

O novo ranking traz um pódio curioso e diversificado: atrás de Bologna aparecem Villa Lagarina, no Trentino, seguida por Imola (também na Emília-Romanha), Spormaggiore (Trento) e Carpi (Modena). Milão se mantém forte entre os grandes centros, ocupando o terceiro lugar entre os municípios capoluogo, mas sua ultrapassagem mostra que o conceito de cidade inteligente está se expandindo além das metrópoles tradicionais e premiando coerência entre planejamento e execução.
O estudo destaca que Bologna venceu graças à capacidade de unir smart economy, transporte eficiente e governança orientada à demanda real. A cidade apostou em mobilidade multimodal, integração entre serviços públicos, plataformas digitais acessíveis e processos administrativos mais ágeis. Segundo os pesquisadores, o grande diferencial foi a percepção dos cidadãos: viver em Bologna está se tornando, aos olhos dos moradores, mais fácil, mais conectado e mais sustentável.
O relatório também confirma um velho dilema italiano: o fosso entre Norte e Sul. As regiões setentrionais continuam liderando em infraestrutura, investimento contínuo e capacidade de gestão. Mas, ao mesmo tempo, pequenas cidades e vilarejos mostram que inovação não depende apenas do tamanho. Na Sardenha, por exemplo, quatro pequenos municípios — Masullas, Siligo, Fordongianus e Villaurbana — lideram a lista dos melhores borgos do Sul, demonstrando que redes colaborativas entre administrações locais, serviços de proximidade e cadeias produtivas territoriais podem gerar impactos mensuráveis.
Outra novidade é a ascensão do Centro da Itália. A macroárea dobrou o número de municípios presentes entre os 200 primeiros, passando de 10 para 23, impulsionada por regiões como Toscana e Marche. Cidades como Bagno a Ripoli (Florença) e Visso (Macerata) se destacam como exemplos de inteligência urbana adaptada às vocações locais. Além disso, a influência dos grandes centros sobre os territórios vizinhos diminuiu de um raio médio de 50 para 40 quilômetros, sinalizando um fortalecimento de projetos intercomunais, interoperabilidade de dados e serviços em rede.
Para Domenico Lanzilotta, diretor da iniciativa City Vision, a inteligência urbana deixou de ser uma corrida por gadgets e se tornou um processo coletivo, baseado em planejamento, inclusão e sustentabilidade. Segundo ele, “as cidades não competem mais apenas pela quantidade de tecnologia adotada, mas pela capacidade de transformá-la em qualidade de vida”. A afirmação ecoa uma mudança importante: o conceito de smart city hoje está mais ligado à experiência humana do que a arranha-céus futuristas.
A classificação dos grandes centros consolida a liderança do Norte: entre os capoluoghi, Bologna lidera, seguida por Trento e Milão. Depois vêm Ferrara, Firenze, Treviso, Parma, Pordenone, Padova e Monza. No total, seis regiões aparecem entre as dez primeiras posições — Emilia-Romagna, Trentino-Alto Ádige, Lombardia, Toscana, Veneto e Friuli-Venezia Giulia, evidenciando uma predominância nordestina, com contribuições significativas de regiões industriais e acadêmicas.
O Mezzogiorno, que abrange o Sul e as Ilhas, continua atrás: nenhum município dessa área entra entre os cinquenta primeiros. Os melhores colocados – L’Aquila, Teramo e Cagliari – aparecem apenas entre a 53ª e a 68ª posição. Ainda assim, cidades como Cagliari e Sassari (Sardenha), Bari (Puglia) e Salerno (Campânia) mostram que há espaço para crescimento e que estratégias regionais mais consistentes podem gerar uma futura virada.
O sucesso da capital emiliana não é apenas tecnológico: é um sinal de que, quando planejamento urbano, políticas públicas e participação cidadã se encontram, é possível transformar a vida cotidiana. E isso é mais smart do que qualquer arranha-céu digital.
