sex. out 17th, 2025

Veneza, dias 23 e 24 de outubro: a quarta edição do Sustainable Fashion Forum põe à prova o “Made in Italy”

A quarta edição do Sustainable Fashion Forum, marcada para os dias 23 e 24 de outubro em Veneza, surge como um verdadeiro teste para a indústria da moda italiana em um contexto internacional cada vez mais competitivo e complexo. Criado para promover a transição rumo a modelos produtivos mais sustentáveis, o Fórum deste ano assume também um valor simbólico: defender a identidade do “Made in Italy” diante das pressões globais, em especial da influência asiática.

Parceiros e organizadores

O evento é promovido pela Confindustria ModaTEHA Group e Confindustria Veneto Est.

Entre os parceiros de mídia destacam-se Class CNBC / Class TV Moda.

Nas edições anteriores, a Venice Sustainability Foundation (VSF) concedeu seu patrocínio institucional.

Palestrantes principais 

Entre os nomes já anunciados estão:

Carlo Cici – Sócio e Head of Sustainability Practices, TEHA Group / The European House – Ambrosetti

Carlo Cottarelli e Vittorio Emanuele Parsi – especialistas em cenários econômicos e geopolíticos

Adele Fusi – Senior Manager TEHA, especialista em responsabilidade social corporativa e sustentabilidade integrada

Edoardo Iannuzzi, Co-fundador e Chief Innovation Officer da ACBC, com foco em design circular e inovação verde

Mario Jorge Machado, presidente da EURATEX, com uma visão europeia sobre a cadeia têxtil sustentável

Shahriare Mahmood, Chief Product & Sustainability Officer da Spinnova, especialista em materiais regenerativos

O Fórum contará com estudos de caso, workshops técnicos e mesas-redondas com marcas internacionais e representantes de toda a cadeia de valor — do fio à distribuição.

Marcas participantes e casos emblemáticos

Embora a lista oficial de marcas ainda não esteja completa, alguns nomes já se destacam:

ACBC, mencionada por sua presença e liderança em calçados sustentáveis.

ECOALF, representada por seu fundador Javier Goyeneche, referência global em moda ecológica.

• Grandes marcas italianas do luxo, como ArmaniDior e Loro Piana, devem aparecer nas discussões por conta das recentes controvérsias sobre práticas trabalhistas e sustentabilidade na produção.

A moda italiana sob ataque: pressões externas e internas

Não é exagero afirmar que o “Made in Italy” está sob ataque, tanto em termos de reputação quanto de competitividade. Alguns fatos recentes ilustram esse cenário:

• A Loro Piana, marca do grupo LVMH, foi colocada sob administração judicial após denúncias de exploração de mão de obra em oficinas terceirizadas administradas por empresários chineses.

Armani e Dior também foram investigadas por práticas comerciais irregulares e uso de fornecedores não transparentes.

• A empresa chinesa Shein foi multada em 1 milhão de euros pela autoridade antitruste italiana (AGCM) por práticas de greenwashing — alegações falsas de sustentabilidade.

• Em algumas regiões da Itália, investigações apontam infiltrações do crime organizado chinês no setor têxtil, com casos de concorrência desleal e exploração laboral.

Diante desse contexto, o Fórum de Veneza promete ir além da discussão sobre fibras biodegradáveis ou economia circular: abordará a dimensão geopolítica, a rastreabilidade da cadeia produtiva e a responsabilidade das multinacionais na fiscalização de suas subcontratações.

Mais do que um encontro sobre sustentabilidade, o Sustainable Fashion Forum se consolida como um símbolo de resistência e reinvenção:

uma moda que não apenas cria, mas protege e transforma o futuro do setor.

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