No coração de Turim, tradição e memória voltam a se encontrar. No dia 4 de novembro, data em que a Itália celebra o Dia da Unidade Nacional e das forças armadas, alguns dos edifícios mais emblemáticos da cidade abrirão suas portas ao público em um roteiro cultural gratuito e cheio de história.
A iniciativa faz parte de um projeto que ocorre em três grandes datas do calendário cívico italiano – 25 de abril (Dia da Libertação do nazi-fascismo), 2 de junho (Festa da República) e 4 de novembro – e é promovida pela Cidade de Turim, em colaboração com o Ministero della Cultura, os Museus Reais e o Arquivo de Estado de Turim.
Para esta edição de novembro, o percurso começa no Palácio Civico, a histórica sede da prefeitura, situada no núcleo original da Turim romana. Do Cortile d’Onore, com seu elegante desenho barroco, os visitantes poderão seguir por um trajeto que percorre as salas de prestígio do edifício. Um mergulho na arquitetura e na vida política da cidade.
De lá, o passeio segue pelas ruas que ligam o Palácio da Cidade à Praça Castello, coração simbólico de Turim, até chegar à Biblioteca Real. Fundada pelo rei Carlo Alberto, a biblioteca é uma joia do complexo dos Museus Reais: guarda manuscritos iluminados, gravuras, livros raros e desenhos de grandes mestres do Renascimento, incluindo obras atribuídas a Leonardo da Vinci.
O itinerário prossegue até o Palácio das antigas Regie Secretarias de Estado, que já abrigou os ministérios do Reino da Sardenha e, desde 1866, é a sede da Prefeitura de Turim. Dali, o visitante passa à sala do Conselho da Cidade Metropolitana de Turim, antiga sede da Província, e segue finalmente ao Arquivo de Estado, outro tesouro projetado por Filippo Juvarra para conservar os documentos da Corte Real.
Mais do que uma simples visita, o evento é um convite para redescobrir Turim como capital da memória italiana, uma cidade onde arte, política e identidade se misturam a cada esquina.
Para os ítalo-brasileiros que planejam uma viagem à Itália ou que desejam se conectar com as origens familiares, é uma oportunidade rara de entrar nos bastidores da história e sentir de perto o peso simbólico de cada salão, de cada documento, de cada pedra.
Em um tempo em que a Itália reflete sobre seu passado e seu papel no presente, iniciativas como essa reafirmam a importância de abrir as portas – literalmente – das instituições à cidade.
Porque, como lembra um velho ditado piemontês, “a história não se lê apenas nos livros, mas nas paredes que a abrigam”.
Turim abre seus palácios históricos em um roteiro especial no Dia das forças armadas
