Mais um roubo digno de filme abalou o elegante e nobre bairro de Prati (bairro bem parecido com Higienópolis em São Paulo) em Roma. Na noite de segunda para terça-feira, desconhecidos invadiram uma conceituada loja de antiguidades levando peças de grande valor avaliadas em cerca de 100 mil euros. Entre os objetos furtados estão relógios antigos, pratarias do século XIX e uma rara pintura atribuída à escola napolitana do século XVIII.
De acordo com as primeiras investigações, os assaltantes teriam arrombado uma das janelas dos fundos do estabelecimento, burlando o sistema de alarme — uma ação que parece ter sido cuidadosamente planejada. As câmeras de segurança da área estão sendo analisadas pelos investigadores, que não descartam a hipótese de o crime ter sido encomendado, dada a natureza e o valor das peças roubadas.
A loja pertence a Ciro Marco Torlo e Denisa Torlo, que fundaram o negócio no ano 2000, transformando-o em um ponto de referência para colecionadores, decoradores e amantes da arte antiga. “Esta loja representa mais de duas décadas de trabalho e dedicação”, contou Ciro, visivelmente abalado. “Construímos uma reputação com esforço, restaurando peças únicas e mantendo viva uma tradição que Roma sempre valorizou. Ver tudo isso violado é doloroso demais.”
O crime reacendeu o debate sobre a segurança na capital italiana, onde episódios semelhantes têm se multiplicado nos últimos meses. De joalherias a galerias de arte, cada vez mais estabelecimentos de valor vêm sendo alvo de quadrilhas especializadas, capazes de agir com rapidez e precisão quase militar. Moradores e comerciantes de Prati denunciam uma sensação crescente de vulnerabilidade e pedem reforço da vigilância noturna.
As investigações, coordenadas pela polícia de Roma, continuam. Enquanto isso, o bairro manifesta solidariedade à família Torlo — símbolo de uma nova geração de antiquários que conseguiu unir tradição, bom gosto e espírito empreendedor.
“Vamos nos reerguer,” garante Denisa. “Roma é feita de história e resiliência. Mas é preciso mais segurança — porque a arte e a cultura não podem continuar desprotegidas.”