A sustentabilidade deixou de ser discurso e virou estratégia concreta para as empresas italianas. Segundo o Esg Outlook 2024 da Central de riscos financeiros (Crif), o número de pequenas e médias empresas (Pme) expostas a alto risco de transição ecológica caiu 6,6% em um ano, enquanto cresceu 9,1% o grupo das companhias mais preparadas para o novo cenário ambiental e regulatório.
“O setor empresarial italiano está amadurecendo sua relação com a sustentabilidade. Hoje, fatores Esg são vistos como motores de competitividade, não apenas como exigências legais”, explica Marco Macellari, responsável pela área de Esg Business Transformation da Crif. Os dados mostram que o crédito também segue essa tendência: 38,1% dos financiamentos concedidos em 2024 foram direcionados a empresas sustentáveis, contra 29,4% no ano anterior. Isso indica que bancos e investidores estão cada vez mais atentos ao impacto ambiental e social dos negócios.
Entre os setores que mais evoluíram destacam-se o turismo e lazer, com forte adesão a práticas de eficiência energética; o imobiliário, que reduziu pela metade o risco ambiental em apenas um ano; e o automotivo e mecânico, que investe em tecnologias limpas e mobilidade elétrica. Já áreas como transporte e logística enfrentam desafios maiores, devido ao alto custo energético e à necessidade de modernização das frotas.
Esse movimento também encontra eco do outro lado do Atlântico (com ajuda de ítalo-descendentes).
No Brasil, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, já existem mais de 100 mil empresas com práticas ecossustentáveis: de cooperativas agrícolas no Sul a startups de energia solar no Nordeste.
Entre elas, há muitas lideradas por ítalo-descendentes, especialmente nos estados do Sul e Sudeste. Jovens empresários com sobrenomes como Rossi, Bianchini e De Luca estão transformando o legado das famílias imigrantes em negócios verdes: vinícolas que utilizam energia solar, fábricas que trabalham com madeira certificada e restaurantes que apostam em economia circular e alimentos locais.
A convergência é clara: tanto Itália quanto Brasil estão aprendendo que sustentabilidade é também um ativo econômico. As duas economias buscam crescer reduzindo emissões, otimizando recursos e valorizando produtos com identidade territorial. No fim, a transição verde está deixando de ser tendência e se tornando rotina — um novo modo de fazer negócios que conecta passado, inovação e futuro, de Roma a São Paulo.
Empresas italianas aceleram na transição verde (com o turismo na frente), com Brasil e ítalo-brasileiros na mesma vibe

