ter. out 7th, 2025

Papa Leão XIV retira do IOR a exclusividade dos investimentos: o Vaticano adota a corresponsabilidade financeira

Com o Motu Proprio “Coniuncta Cura”, o Papa Leão XIV decretou o fim da exclusividade do IOR(Instituto para as Obras de Religião) na gestão dos investimentos da Santa Sé. A partir de agora, as atividades financeiras poderão ser compartilhadas com outras instituições vaticanas ou, em casos específicos, confiadas a intermediários externos, se considerados mais eficientes ou vantajosos.

A decisão, que revoga o Rescriptum de 2022, marca uma mudança de paradigma na política econômica do Vaticano: o IOR deixa de ser o único centro decisório para tornar-se um dos atores de um sistema baseado no princípio da corresponsabilidade. O Pontífice fala em uma “gestão compartilhada, transparente e orientada ao bem comum”, em consonância com o espírito da Constituição Apostólica Praedicate Evangelium, que reformou a Cúria Romana com ênfase na colaboração entre os dicastérios.

No plano operacional, a reforma reforça o papel da Apsa (Administração do Patrimônio da Sé Apostólica), que volta a ser o eixo central da administração patrimonial. O Instituto para as Obras de Religião manterá funções de consultoria e apoio, mas não poderá mais atuar em regime de exclusividade.

Segundo fontes vaticanas, a medida responde à necessidade de tornar as estruturas econômicas mais flexíveis e transparentes, evitando a concentração de poder e introduzindo critérios de eficiência semelhantes aos das melhores práticas internacionais. No entanto, observadores internos alertam que o novo sistema pode gerar tensões entre os diversos órgãos curiais, que agora terão de coordenar-se em um contexto mais complexo e compartilhado.

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