sex. set 26th, 2025

Manarola: O “pequeno” grande orgulho italiano na lista mundial dos vilarejos

Existe uma Itália que não se mede por praças monumentais nem por metrópoles reluzentes, mas por vilarejos capazes de encantar com sua autenticidade. É essa Itália que a Forbes quis celebrar em sua lista dos cinquenta vilarejos mais bonitos do mundo e que encontra em Manarola, joia das Cinque Terre, seu embaixador perfeito.

Chegar a Manarola é como entrar em uma pintura viva: casas em tons pastéis escalam o rochedo, debruçando-se sobre um mar que, ao pôr do sol, parece pegar fogo. As vielas estreitas, os “carrugi” que serpenteiam entre arcos e escadarias, guardam o ritmo lento de um vilarejo que resiste à pressa moderna. Aqui a vida é feita de gestos antigos: o pescador que volta com as redes, o agricultor que sobe os terraços para cuidar das videiras, as famílias que se encontram na praça ao cair da tarde.

Mas Manarola não é apenas uma joia de cartão-postal. É também sabor, aroma, convivência. O mar traz à mesa anchovas fresquíssimas, servidas marinadas ou recheadas, seguindo a tradição da Ligúria. As colinas cobertas de vinhedos dão origem ao célebre Sciacchetrà, um vinho passito âmbar e intenso, perfeito para acompanhar as sobremesas locais ou simplesmente para ser saboreado com calma, como um ritual contemplativo. E não faltam os pratos que falam da Ligúria: o pesto feito no pilão, o azeite de oliva que carrega perfumes de ervas mediterrâneas, as tortas salgadas de legumes que revelam a riqueza da cozinha simples transformada em arte.

Passear por Manarola é deixar-se surpreender a cada esquina. O olhar corre do azul profundo do mar às fachadas coloridas que desafiam a gravidade, até os vinhedos que desenham as colinas. É um vilarejo que não pede para ser visitado às pressas, mas para ser vivido: sentar-se nas pedras para ouvir as ondas, parar em uma trattoria para conversar com quem ali nasceu e cresceu, erguer a taça diante do sol que se despede.

Não surpreende que Forbes tenha escolhido Manarola como um dos vilarejos mais bonitos do mundo: ele representa a essência do Bel Paese. Sua beleza não é ostentação, mas natureza; sua gastronomia não é artifício, mas memória; sua hospitalidade não é marketing, mas cultura. É o rosto mais verdadeiro da Itália: aquele que encanta sem precisar de grandes palavras, aquele que deixa no coração a vontade de voltar.

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