sex. set 19th, 2025

Itália x Brasil: quem cuida melhor das famílias de baixa renda?

Se você já se perguntou como diferentes países apoiam suas famílias em momentos de necessidade, Itália e Brasil oferecem exemplos interessantes, cada um com seu próprio modelo de proteção social. Enquanto o Brasil tem o Bolsa Família como programa central de transferência de renda, a Itália aposta em um verdadeiro mosaico de bônus, auxílios e incentivos ligados ao rendimento familiar, medido pelo famoso ISEE (um cálculo que considera renda e patrimônio da família).

Na Itália, a lógica é diversificar os apoios conforme a fase da vida ou a despesa mais pesada no orçamento. 

Entre os principais tem o Cheque Único e Universal: um benefício mensal para famílias com filhos até 21 anos. O valor varia de acordo com o ISEE, quanto menor a renda, maior o valor recebido. Para incentivar os casais a criar famílias, em um país em ‘depressão demográfica há muito anos’ temos o Bônus Bebê (Nuova Carta per i nuovi nati): ajuda de 1.000 euros uma única vez para famílias com recém-nascidos, desde que a renda não ultrapasse 40 mil euros anuais. Para as famílias com criança em idade escolar tem o Bônus para despesas extra-escolares que cobre parcialmente custos de atividades como esportes, música, cursos de idiomas e reforço escolar. E para até 35 mil euros de renda familiar. O Verão INPSieme: programa que financia férias de verão para filhos de famílias de baixa renda, com pacotes de colônia de férias e cursos de verão na Itália ou no exterior. Fora esses, tem as adequações da Legge 104: ‘histórica lei’ voltada a pessoas com deficiência e seus familiares, prevê possibilidade de novos ajustes para ampliar direitos e flexibilizar a assistência. Tem também o Bônus Boleto, que prevê desconto automático nas contas de luz e gás para famílias com baixo ISEE. Recentemente avançou a proposta de um Vale Eletrodoméstico para substituir aparelhos antigos por modelos mais sustentáveis e eficientes, aliviando as contas de energia. Mas ainda não teve confirmações.

A soma desses benefícios cria uma rede de apoio pulverizada: não é um único programa que concentra tudo, mas vários auxílios específicos que se complementam.

Ao contrário da Itália, onde os auxílios são segmentados por áreas (energia, escola, férias, etc.), no Brasil o foco é dar uma renda direta e unificada, deixando a gestão dos gastos a critério da família.

O modelo é mais centralizado e o Bolsa Família é o carro-chefe, pago a famílias em situação de pobreza e extrema pobreza. Ele garante Valor base mensal para cada família cadastrada, Adicional por criança e adolescente até 18 anos, Benefício para gestantes e nutrizes, incentivando o acompanhamento médico. Nos últimos anos, surgiram também programas complementares, como a Tarifa Social de Energia Elétrica, o Vale-Gás e auxílios emergenciais em momentos de crise (como pandemia ou enchentes).

No fim, ambos os países partem do mesmo princípio: ninguém deve ser deixado para trás, especialmente crianças e famílias em vulnerabilidade. A diferença está no estilo: fragmentado e focado em nichos, no caso italiano; centralizado e direto, no modelo brasileiro.

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