Se sua avó já te ofereceu um copo com água morna e sal para aquela dor de garganta chata, saiba que ela não estava te dando um “remédio” qualquer, na verdade, ela estava te passando um segredo milenar, uma sabedoria popular que, agora, a ciência moderna finalmente está comprovando. Prepare-se para descobrir por que a solução para um dos incômodos mais comuns do inverno pode estar na sua própria cozinha, gastando quase nada.
Nas cozinhas italianas, o preparo era sagrado. Bastava o menor sinal de arranhado na garganta para que as nonnas entrassem em ação: “Faz um gargarejo com água e sal”. Elas não tinham diploma médico, mas sabiam o que estavam fazendo e a ciência finalmente deu razão a elas.
O curioso é que esse mesmo método já estava nos escritos de Scribonio Largo, médico pessoal do imperador Cláudio, lá no século I. Em seus tratados, ele mencionava soluções salinas como um dos tratamentos mais eficazes para inflamações da garganta. Ou seja, nem os romanos resistiam a um bom gargarejo salgado.
E não são só os italianos, na Índia, a técnica é conhecida há milênios como kavalagraha, uma prática do ayurveda que envolve bochechos com soluções salinas para purificar a boca e a garganta. Milhares de pessoas ainda a utilizam diariamente como forma de prevenção e limpeza.
Mas… por que funciona?
A explicação está na osmose. O sal cria um ambiente que “puxa” a água das células inflamadas da garganta, reduzindo o inchaço e, de quebra, deixando o terreno bem pouco acolhedor para bactérias e vírus. Além disso, ajuda a soltar o muco, aliviar a dor e acelerar a recuperação.
Em resumo: você está enxaguando sua garganta com sabedoria molecular.
Enquanto nossas farmácias estão lotadas de sprays, pastilhas e xaropes com embalagens sofisticadas e preços altos, a solução mais eficaz pode estar a um passo de distância. Um estudo recente, publicado em 2025, confirmou o que as avós já sabiam: muitos otorrinolaringologistas ainda recomendam gargarejos com água salgada como a primeira linha de tratamento para dores de garganta.
A proporção perfeita, que as avós italianas conheciam intuitivamente, é de meia colher de chá de sal para 250 ml de água morna. É uma prova viva de que a ciência, às vezes, só precisa de tempo para alcançar a sabedoria popular.
Então, da próxima vez que sentir a garganta arranhar, pule o corredor da farmácia e vá direto para a sua cozinha. Pegue um copo, adicione um pouco de água, meia colher de sal e faça um brinde à sabedoria ancestral, à simplicidade e à ciência que prova que, no fim das contas, a vovó estava certa.