Setembro chegou e, com ele, o início de um novo ano letivo na Itália. A partir de hoje, o calendário escolar começa a movimentar 7 milhões de estudantes e cerca de 1 milhão de professores e funcionários em todo o país.
Muitos ítalo-brasileiros podem se surpreender: na Itália o ano escolar não coincide com o ano solar, como acontece no Brasil. Enquanto aqui as aulas começam em fevereiro ou março, na Itália a escola começa em setembro e atravessa o outono, inverno e primavera, terminando em meados de junho, justamente para que os estudantes possam aproveitar o verão livre dos estudos.
Mas atenção a outra curiosidade: as aulas não começam todas no mesmo dia, já que cada região italiana organiza seu próprio calendário. O primeiro sinal de volta à rotina será em 8 de setembro, na Província Autônoma de Bolzano, no norte do país, conhecida pela forte influência de língua alemã. Já no dia 10 será a vez do Piemonte, Veneto e Trento, enquanto no 11 de setembro retorna o Friuli Venezia-Giulia. A Lombardia volta no dia 12 e, na semana seguinte, em 15 de setembro, praticamente toda a Itália (como Campania, Toscana, Lazio, Emilia-Romagna, Sicília, Sardenha, entre outras) terá seus estudantes de volta às carteiras. Por último, Calábria e Puglia reabrem em 16 de setembro. O calendário é regionalizado, refletindo o forte peso da autonomia local, algo típico da Itália. E também a diferença de temperaturas do norte, já se entregando ao frio, ao sul, ainda com temperaturas ainda veraneias.
O encerramento também varia: as aulas terminarão entre 6 e 16 de junho de 2026, dependendo da região, enquanto as escolas infantis seguem até 30 de junho.
Este ano também marca mudanças importantes nas escolas italianas. Primeiramente os Celulares proibidos em sala de aula, inclusive no ensino médio. A regra já existia para os menores, mas agora vale para todos: o aluno deixa o aparelho guardado ao entrar e só pega na saída. Segundo, volta a ‘nota de conduta” com peso real para passar de ano. Uma nota “5” em comportamento significa reprovação, mesmo com boas notas nas matérias. Já a suficiência “6” obriga o aluno a fazer atividades de recuperação e reforço em cidadania.
As últimas novidades dizem respeito ao exame de “maturidade”, a prova de conclusão do ensino médio. Depois de alguns anos de mudanças, ele voltará a ser chamado por seu nome tradicional, que marcou gerações: maturità. Além da confirmação das três provas escritas, diferentes para cada curso, a principal novidade está na prova oral, que passará a se concentrar em apenas quatro disciplinas escolhidas em janeiro pelo ministro. A avaliação dos estudantes será realizada por uma comissão de 5 membros, em vez de 7.
Segundo o ministro da Educação, Giuseppe Valditara, trata-se de um ano “de transição” rumo a uma escola mais rigorosa, voltada para o respeito às regras e à convivência.