Se você gosta de vinhos intensos e ainda não ouviu falar do Aglianico, prepare-se para uma descoberta. No coração da Basilicata (também conhecida como Lucania), uma região montanhosa e pouco turística do sul da Itália, existe um lugar moldado por vinhedos e pelo silêncio de um vulcão adormecido: o Vulture Alto Bradano. É dali que nasce um dos rótulos mais autênticos do país, conhecido por seu sabor profundo, marcante e, até hoje, pouco explorado fora da Itália.
Recentemente, essa mesma região deu um passo importante: apresentou oficialmente sua candidatura para se tornar a Cidade Italiana do Vinho 2026. O movimento é liderado pelo município de Ripacandida e envolve outros 13 vizinhos, como Venosa, Melfi e Barile, cada um trazendo suas tradições, festas, histórias e, claro, suas adegas.
O projeto não é apenas sobre promover vinhos. A proposta une cultura, turismo, inovação e comunidade. A ideia é mostrar que, quando os pequenos municípios trabalham em rede, não só o vinho ganha visibilidade, mas também a economia local, as famílias e os jovens que encontram novas oportunidades no território.
Mas voltemos ao protagonista: o Aglianico. Chamado por muitos italianos de “o Barolo do Sul”, ele tem corpo, acidez equilibrada e uma personalidade que conquista quem gosta de tintos encorpados. É o tipo de vinho que pede para acompanhar pratos fortes, mas também tem uma mineralidade e frescor que lembram a terra vulcânica de onde vem. Para os brasileiros que já se encantaram por Chianti, Primitivo ou Brunello, vale colocar o Aglianico na lista de próximas descobertas.
A candidatura do Vulture Alto Bradano a capital do vinho italiano é, no fundo, um convite: conhecer um território ainda pouco explorado, se perder entre vilarejos medievais, experimentar a cozinha local e brindar com um rótulo que traduz a alma da Basilicata. Quem sabe em 2026 essa região não ganha o destaque que merece no mapa do enoturismo mundial?



