qui. ago 21st, 2025

“Número dois” do Opus Dei é intimado em Roma por suspeita de escravidão

O argentino Mariano Fazio, vigário auxiliar e homem de confiança do líder mundial do Opus Dei, foi intimado a comparecer à Justiça em Roma para responder a acusações de tráfico de pessoas e redução à condição análoga à escravidão. A denúncia integra uma investigação aberta na Argentina, que apura supostos abusos contra ao menos 44 mulheres — muitas delas menores de idade à época — submetidas, durante décadas, a trabalhos domésticos sem remuneração, em regime de isolamento e sob forte controle religioso.

Segundo os investigadores, as jovens, recrutadas entre 12 e 16 anos com promessas de estudo e moradia, teriam sido submetidas a jornadas exaustivas, sem direitos trabalhistas, e a rígidas regras de comportamento. Um dos depoimentos-chave é o de uma ex-funcionária boliviana, que afirma ter trabalhado para o Opus Dei por cerca de 30 anos e servido diretamente a Fazio.

A organização nega todas as acusações e alega que se trata de uma “escolha vocacional livre” distorcida por “manipulação midiática”. O Opus Dei sustenta que o caso começou como uma disputa por contribuições previdenciárias, evoluiu para um pedido de indenização civil e, posteriormente, foi transformado em processo criminal.

Até o momento, não houve manifestação oficial do Vaticano. O escândalo explode enquanto o Opus Dei já enfrenta um processo de revisão de seus estatutos, determinado pelo Papa Francisco.

Compartilhar:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *